Alguns trabalhadores de postos de abastecimento de combustível da Sonangol e da Pumangol espalhados pelos bairros Benfica, Futungo e Patriota, além de Golfe, Zona Verde, Morro Bento e Rocha Pinto, em Luanda, queixam-se do facto de os quartos de banho das suas instalações terem sido transformadas em lugares para prostituição,
para fumar e para o consumo de drogas.
“Por causa dessas e outras situações de má utilização dos referidos compartimentos, achámos por bem dar a chave aos seguranças para poderem controlar os usuários, de modo a evitar-se problemas”, dizem os funcionários destes postos.
Por se tratar de um assunto que muitos dos entrevistados de OPAÍS classificam como delicado, preferiram falar sob anonimato, até porque a maioria detém cargos de chefia. Segundo eles, tudo começa sob pretexto de terem de usar o quarto de banho para necessidades fisiológicas.
Para os casos que resultam em relações sexuais, normalmente já há um prévio acordo entre o casal fora dos postos de abastecimento, sendo que o procedimento a seguir passa por entrarem para o mesmo compartimento de forma
faseada.
De acordo com os declarantes, preservativos e algumas peças de roupa interior repetidas vezes encontradas por funcionários de limpeza constituem provas inequívocas de que, durante as noites e madrugadas, os actos acontecem.
É para elucidar sobre este capítulo que Dácia dos Santos, gestora do posto de abastecimento da Sonangol no bairro Gamek, quebrou o anonimato e soltou a voz, alegando que já houve circunstâncias em que suas colegas da secção de limpeza a chamaram para “denunciar” preservativos que ainda continham esperma.
Prostitutas cercam a zona Dácia dos Santos revelou que, a partir de certas horas da noite, algumas prostitutas já cercam o corredor das bombas de combustível que gere, por saberem que aí param jovens com dinheiro para gastar.
Questionada se nessas circunstâncias a fidelidade dos seguranças se antevê quebrada, a responsável asseverou dizendo que não eram poucos os casos em que os seus colegas se deixavam levar a troco de algum dinheiro e outro tipo de ofertas. “Porque não faz nenhum sentido ele estar aí e as coisas acontecerem mesmo aí”, desabafou, tendo acrescentado que tinha de haver uma razão maior do que as razões da empresa.
A gestora admite que o facto de se venderem bebidas alcoólicas pode estar na base da influência para esse tipo de comportamento por parte dos clientes, entretanto, apela aos cidadãos para compreenderem a essência de uma loja
de conveniência, onde os fregueses devem comprar alguns produtos e seguirem o seu caminho.
Fonte: OPaís