Ondjiva – Mil e 589 casos de gravidez na adolescência foram registados pelas autoridades sanitárias da província do Cunene, no período de Janeiro a Abril do corrente ano.
Em 2023, a província do Cunene tinha registado, no mesmo período, 921 casos de gravidez na adolescência.
A informação foi prestada, hoje, pela supervisora de Saúde Reprodutiva no Cunene, Benvinda Tutaleni, referindo que a tendência de aumento resulta de maior procura dos serviços de consulta pré-natal.
De acordo com a supervisora, anteriormente as adolescentes com gravidez precoce ou indesejada tinham o tabu de ir às unidades sanitárias, devido ao receio de actos discriminatórios no seio familiar e na sociedade.
Apesar do elevado número, realçou que a procura dos serviços de saúde é um aspecto positivo, para um melhor acompanhamento da gestante.
Benvinda Tutaleni considerou a gravidez na adolescência como um problema preocupante, não só para saúde pública, mas também para as famílias e sociedade no geral.
Por este facto, fundamentou a importância da colaboração das autoridades tradicionais e entidades religiosas, no sentido de promoverem encontros de esclarecimento com os jovens.
Disse que o sector, em colaboração com alguns parceiros, promove acções de educação sexual nas comunidades, escolas e famílias para prevenção destes casos.
Por outro lado, falou do índice de mortalidade materna nas unidades sanitária da província que passou de 15, em 2023, para quatro no primeiro quadrimestre do presente ano.
À propósito do Dia Internacional pela Luta da Saúde Feminina e da Redução da Mortalidade Materna, assinalado a 28 de Maio, referiu que comparativamente ao ano anterior, verifica-se uma grande redução como resultado das formações dos técnicos sobre as urgências obstétricas para prevenção.
A responsável apontou como principais causas de mortes maternas a falta de seguimento no período de gestação, as hemorragias pós-partos, hipertensão, eclampsia descompensada, entre outras.
Enfatizou que estas patologias, quando não tratadas durante a gravidez, podem acarretar vários riscos na gestante.
Benvinda Tutaleni indicou que apesar da cifra ser reduzida, os casos de mortalidade ainda representam um grande desafio para a instituição.
Lembrou que a mortalidade materna atinge na sua maioria famílias com baixo poder económico, escolaridade e adolescentes.
O Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher foi definido no IV Encontro Internacional Mulher e Saúde, ocorrido em 1984, na Holanda.
A data visa alertar a população para a desigualdade entre mulheres e homens no acesso aos cuidados de saúde e promover acções de sensibilização para a importância da saúde feminina.
A rede sanitária actual no Cunene é constituída por um hospital-geral, um missionário, seis hospitais municipais, 41 centros e 108 postos de saúde.
Fonte: Angop