Os religiosos de Angola estão a viver um momento “delicado”, resultante dos desvios cometidos por alguns líderes religiosos, que levaram o governo angolano a tomar medidas, algumas das quais, poderão mudar a forma como esses religiosos exercem a sua liberdade crença e de culto.
Digo religiosos, porque o processo, afecta cristãos e outros grupos presentes em Angola.
Líderes cristãos, maioritariamente pentecostais, são os que mais se desdobram em “manobras” para demover o Executivo, que faz valer um conjunto de requisitos legais difíceis de serem preenchidos, da sua intenção de encerrar as Igrejas.
Como em tudo na vida, há religiosos que apoiam incondicionalmente as pretensões do Executivo, outros, o acusam de estar a perseguir a Igreja.
Nos últimos dias, alguns dos meus amigos, defenderam a necessidade, dos jornalistas cristãos, usarem os seus veículos para mobilizarem o povo para as campanhas em curso que visam orar e apelar a sensibilidade da classe governante.
Me solidarizo com os crentes que viram a sua caminhada de fé abalada, muito por conta da ambição desmedida e da imoralidade de certos líderes religiosos, que têm na Igreja, o instrumento ideal para a alcançarem os seus intentos e que “obrigaram” o Executivo a intervir para proteger os cidadãos.
Considero que a abordagem que está sendo feita sobre o fenómeno religioso não é a mais acertada e muitos dos intervenientes, pouco ou nada sabem do assunto que querem ajudar a resolver, ou ainda, evitam trata-lo com realismo. Aceito é necessário colocar “ordem na casa” e devolver a Igreja o seu real papel.
Nas minhas preces, espero que leves isso em consideração se decidires participar neste movimento, pedirei para que não mais se repitam os abusos sexuais contra crentes perpetrados por quem tem a responsabilidade de as/os ajudar a superar problemas que carregam;
Que não mais hajam líderes candongueiros que abusam da fraqueza espiritual das pessoas para surripiar os seus bens, enganando-as com águas, pulseiras, óleos, etc, que efeito nenhum têm, senão o de as deixar mais pobres;
Orarei também, para que não mais hajam líderes, que para alcançarem seus compromissos políticos, distorcem até as Sagradas Escrituras e enganam o povo. A Igreja angolana já foi fortemente ferida por estes.
Antunes Huambo, o pastor, que diz ser idealizador das plataformas ecuménicas, chegou a afirmar, na última campanha eleitoral, que o vermelho da bandeira do MPLA simboliza o sangue de Cristo”. A heresia, talvez serviu para compensar outros compromissos, que não o de pregar o Evangelho.
O pastor, foi promotor de vários cultos para exaltar a personalidade do antigo Presidente da República. Chegou a dizer numa estação radiofónica de Luanda que: “Nós enquanto religiosos não temos nada a ver com a UNITA, CASA-CE porque quem se junta a fracos será fracassado, aqui na ICCA nenhum pastor ou reverendo é da UNITA, da CASA-CE ou da FNLA porque todos nós temos cartão de militante do MPLA , o mais forte.”
Meio mundo viu, em períodos eleitorais, líderes religiosos a fazerem e a cederem seus púlpitos para propaganda política em favor do partido no poder.
Bambila, grande referência da música gospel angolana, embarcou na viagem política e pelo país, fazendo campanha para o partido MPLA, foi também, reinventando o Evangelho. A certa altura da campanha, chegou a dizer “quem é de Jesus grita MPLA”, além também, de ter cantarolado em certas ocasiões que foi ele quem profetizou que JLo seria Presidente.
Há meses, este músico evangélico, participou num concerto do músico secular Matias Damásio denominado “Somos Angola, somos CUCA” patrocinado pela CUCA.
Precisamos corrigir as práticas que desvirtuam a missão da Igreja e têm causado até, a repulsa da sociedade.
Não podemos pedir ao governo, muito menos a Deus, que não encerre as Igreja, se as lideranças continuarem a ter este feitio e as Igrejas servirem propósitos diferentes daqueles pelos quais Deus a estabeleceu.
“Não devemos permitir que algo que é sagrado e de grande responsabilidade como é a religião e o bom nome de Deus, seja banalizado, profanado e se torne num negócio das almas sem regras, nem princípios.” Disse o Presidente da República, quando discursou na reunião plenária solene, da segunda sessão legislativa da quarta legislatura, da Assembleia Nacional.
Além de orar, proponho que também, nos comprometamos a denunciar actos praticados por religiosos, que desvirtuam os propósitos da Igreja e que lesam direitos de cidadãos.
Fique com a paz de Deus