O futebol, é sem duvidas o desporto que mais pessoas movimenta, em todo mundo. Junta amigos e adversários em torno de uma tela ou num estádio. Para assistir ou para praticar.
É também considerado como uma ferramenta para a promoção do desenvolvimento e inclusão social, cooperação, respeito à diversidade e fortalecimento de uma cultura de paz. Por isso, e como estímulo, as Nações Unidas estabeleceram, desde 2014, o dia 6 de abril como o Dia Internacional do Desporto para a Paz e o Desenvolvimento.
Deixemos as politiquices de lado e vamos para os factos. Na ressaca de um jogo entre dois dos maiores clubes de Espanha, um grupo de irmãos, decidiu por uma partida de futebol. Mobilizou mais irmãos na fé, para a sua realização.
O dia marcado chegou. Os irmãos, estavam na hora e no local marcado para a partida, que se esperava, ajudaria a reforçar os laços de amizade e irmandade. Este, tem sido apanágio de quase todos os encontros entre irmãos em Cristo.
Faziam gracinhas uns dos outros. Cada um defendia a sua equipa e o seu ídolo. Tudo era entendido como brincadeira saudável entre os filhos de Deus.
Como noutros encontros entre cristãos, uma oração foi feita para agradecer a Deus pela oportunidade e pedir o auxílio do Espírito Santo, para que tudo decorresse perfeitamente.
O jogo começou, uns fisicamente mais preparados que outros, resistiam ao calor que, nesta altura do ano, se regista em Luanda.
Alguns, praticantes habituais, mostravam mais habilidades e imitavam fintas e acrobacias, das maiores referências do futebol mundial. Talvez isso, ajudou a acelerar os ânimos. Tem sido assim também noutras latitudes. Quando alguém se exalta por um feito no campo, outrem, é capaz de se irar e partir para medidas extremas. Acontece no retângulo do jogo e nas bancadas.
Com os ânimos exaltados, alguns, quase perderam o controlo das suas bocas, que disparavam insultos e mais alguma coisa. Mas o jogo continuou. O irmão escolhido para ajuizar, deixava palavras de ordem e lembrava que era apenas uma partida, nada profissional.
Depois do meio da primeira parte, um pênalti assinalado. O faltoso, se negou a aceita-lo. No ápice do seu nervosismo, disparou os mais hediondos disparates contra o árbitro. Pelo excesso, os adversários exigiram ordem no campo. O árbitro, exibiu um cartão vermelho, a confusão se instalou.
Insultos daqui, ameaças dali. Em instantes, os cordeiros tenrinhos, passaram a lobos com vontade de devorar suas presas.
Insatisfeito com a decisão, o faltoso, pegou areia e arremessou na cara do árbitro. Como se isso ajudasse a aliviar a sua ira. Recebeu uma chapada de um adversário e o biló (luta) começou. Não se entendia quem estava a lutar, muito menos quem estava no meio da confusão para a apaziguar.
Na bancada, um desigrejado que assistia a partida, questionava: os irmãos da igreja também lutam? Mesmo vendo, não conseguia acreditar.
Transeuntes corriam, queriam ver o que se estava a passar no campo.
Terminou assim um jogo entre irmãos, que não foi pra além dos 60 minutos. Sem golos e com promessas de futuros ajustes de contas, os irmãos, agora inimigos em Cristo, se dispersaram.
Sorridente, acho que vai ficar o Adilson, ao saber deste biló, pois, já tivera dado sinais no mural do seu Facebook, que futebol não é coisa para crente.
Com o hábito que surgiu, de tornar gospel tudo que é feito por evangélicos, não terá dificuldades, o meu amigo, em chamar esta contenda de biló “gospel”.
Queria eu reclamar, que faltou a oração de encerramento do jogo/biló, mas lembrei, que outras actividades gospel, já terminaram sem oração, ou mesmo iniciaram sem ela.