A Música é a principal demonstração da cultura de um povo. Não é à toa que ela é chamada de a “rainha das artes”. Fico pensando o que seria dos nossos Cultos sem música? Que seria das nossas liturgias sem os sons e sem o silêncio? A música une razão e emoção em uma só pauta trazendo um nível profundo de comunicação como nenhuma outra arte. No ato de adorarmos ao Senhor combinamos letra, melodia, harmonia, ritmo e teologia, porque não dizer ideologia! A música interage os diferentes níveis do nosso ser: corpo, alma e espírito se mesclam plenamente. A música é mais que a rainha das artes, ela é pura emoção, sensação; ela é a representação audível do coração humano.
Neste mundo encontramos uma falta de amor, falta de compaixão, misericórdia, falta de perdão, homens e mulheres que buscam interesses egoístas e esquecem que o maior objectivo de Deus na criação era à adoração espontânea do ser humano. Não só os anjos, não mais o “querubim ungido”, mas homens e mulheres que expressam através de notas, pausas e orações o clamor das suas almas e dos seus corações.
O adorador insaciável é aquele que anseia por mais de Deus, que não busca somente em momentos de dor e perda nem o louva somente pelas conquistas terrenas. O insaciável adorador não busca a sua vontade nem o seu reino, mas está neste mundo para buscar o Reino de Deus e fazer o nome de Cristo conhecido, se escondendo atrás da cruz, não buscando seus interesses, antes, adorando plenamente aquele que o fez para “o seu louvor”! Ao reconhecer o grande amor de Deus, o adorador insaciável enfrenta qualquer circunstância para que a chama não se apague, pois isso significaria ofender o amor que motiva sua vida. Ele não oferta mais sacrifícios e nem rasga as suas vestes, antes ele se rende integralmente ao seu verdadeiro amado expressando através da adoração o mais profundo do seu ser.
Ao olharmos para a Bíblia encontraremos os adoradores insaciáveis que não se deixaram enfraquecer, desencorajar ou distrair pelas circunstancias adversas da vida. O coração de Habacuque expressa isso, mesmo diante de uma época de desolação ele expressou: “Ainda que as figueiras não produzam frutas, e as parreiras não dêem uvas; ainda que não haja azeitonas para apanhar nem trigo para colher; ainda que não haja mais ovelhas nos campos nem gado nos currais, mesmo assim eu darei graças ao SENHOR e louvarei a Deus, o meu Salvador”. (Habacuque 3.17-18). Já no Novo Testamento encontramos adoradores insaciáveis tal como o apóstolo Paulo e Silas. A situação não era nada favorável, amarrados como animais em uma cela, não havia um clima propício para adoração. Aliás eles encontravam-se presos, espancados, açoitados e seus pés amarrados. Diante de tal situação eles poderiam murmurar, mas em seus corações havia um clamor, um cântico de louvor e adoração mesmo diante de uma situação deplorável. Paulo e Silas tiraram dentro se si forças para adorar mesmo diante da adversidade e entenderam que a adoração “vira a mesa” durante a perseguição. Deus os encontrou ali naquela prisão em Filipos, com as mãos acorrentadas mas os seus corações cheios de adoração. Houve um cheiro de adoração assim como um incenso até as narinas de Deus, o resultado foi um abalo sísmico e a libertação destes adoradores. Tommy Tenney autor do livro “Os Descobridores de Deus” expressa: “A adoração e a sede espiritual nos tornam tão preciosos para Deus que as circunstâncias em que vivemos deixam de ser importantes. Quando começamos a adorar com todo o nosso ser, o coração dele move-o em nossa direcção. Prendemos a atenção dele e atraímos sua afeição”.
Estas duas narrativas estão muito distantes de nós, pela temporalidade e pela história em si; talvez você que está lendo este artigo nunca possuiu figueiras e nunca esteve na prisão por causa de Cristo, mas o princípio norteador da adoração é o mesmo para nós, assim como foi para Habacuque, Paulo e Silas. O(a) adorador(a) insaciável encontra razão para adorar mesmo diante da adversidade. Nenhuma circunstância pode abalar a nossa adoração a Deus. Em seu livro “Adoração Extravagante” Darlene Zschech líder do Hillsong exemplifica o seu sofrimento diante da perda de seu filho após algumas semanas de gestação, ela se encontrava diante de uma turné nos Estados Unidos e não tinha nenhuma condição de levar ninguém ao Santo dos Santos através da adoração. Ela estava ferida, desolada, havia um choro, uma dor, uma luta travada entre o seu coração e o coração da adoradora insaciável. Sem reclamar, ela aceitou o desafio de adorar e levar milhares de pessoas à adoração durante aqueles duros dias. A cada canção proferida o Espírito de Deus tratava de seu coração e limpava todo vestígio da dor. É de glória em glória que somos curados e transformados pelo poder do Altíssimo. Fugir da presença de Deus é fugir da cura proveniente de Seu amor.
Que Deus nos impulsione todos os dias a sermos adoradores insaciáveis. Que a beleza de Cristo nos fascine, que ele seja mais que uma canção, emoção, ou mera fantasia. Que Cristo seja o nosso dia a dia, a nossa vida e tudo para nós. Que em momentos de dor nosso coração anseie por estar mais perto de Deus, confiando e crendo que Ele fará o melhor para as nossas vidas. Ele é e deve ser o nosso dia a dia, a nossa vida e tudo para nós. Desafio-te neste momento, a parar tudo e se achegar com humildade nos braços da Aba Pai.
Leandro Miranda de Paula