O relógio marca 12 horas. No calendário gregoriano, é domingo, 05 de Dezembro de 2017.
A agenda foi previamente definida. Passar a tarde na cidadela Desportiva para captar e levar até o leitor os principais factos do evento que já se tornou marca.
Da igreja corro pra casa, afim de reforçar as energias do corpo. É necessário, porque nestes eventos por vezes acontecem coisas que acabam com as nossas energias.
Desde manhã, que carrego o gravador de voz, bloco de notas, cartão de visitas e a esforgráfica. Sei bem que imprevistos acontecem e não quero me ver embaraçado por nenhum deles.
A hora do evento aproxima-se, está marcado pra’s 14. Junta-se a mim o colega Francisco e recebo a ligação da mana Afri-iecana, minha convidada, a confirmar que já se fez a estrada.
É hora de partir, mas uma situação aflige o meu coração. O fotografo, não atende minhas chamadas há pelo menos 2 horas. Ligo para o outro fotografo, o Jaime, para saber se teve algum contacto com o colega Ademora. A resposta é negativa. Mesmo assim decido avançar.
A entrada do pavilhão, encontro os manos da revista Luzeiro Gospel. A equipa é grande. Preparada para reportar e também para apresentar aos leitores a última edição desta prestigiada revista. É sempre bom encontrar colegas no local de um evento. São boas fontes de informação pra quem não chega antes da hora.
Um bate papo com eles, ajuda a perceber o facto que marca a tarde: O concerto está atrasado. Outra instituição está a realizar uma actividade no mesmo local. Já passam das 14, hora marcada para o início da 2ª edição do Sarau Gospel.
A notícia não é boa. E a conversa versa sobre os transtornos podem advir do atraso. Para quem organiza os prejuízos podem ser financeiros e na imagem. Para quem canta, pode alterar o seu estado de ânimo e prejudicar a interação necessária com o público. Para o espectador um atraso também pode trazer prejuízos, além do aborrecimento é claro. Até para os repórter o atraso não é bom.
A hora passa, dentro do pavilhão equipas correm contra o tempo para preparar as condições. De várias direções chegam pessoas, maioritariamente jovens. Estão ansiosos e têm razão. Alguns têm na memória o sucesso que foi a 1ª edição e elevaram suas expectativas a um nível muito elevado.
Minimizar os danos é meta dos membros da organização, que continuam numa incessante luta contra o tempo.
O dia começa a dar lugar a noite, das bancadas ouvem-se murmúrios. Mas todos vêem a ginástica que se faz no centro para que o concerto seja iniciado.
Bem humorado, sobe ao palco o apresentador. A ansiedade do público aumenta, mas ele só veio arrefecer os ânimos. Faz um pedido de desculpas e explica os motivos do atraso.
Triste por não poder assistir, a Afri-iecana anuncia que chegou a hora de regressar à casa e parte.
Mas enquanto uns saem, outros chegam. O movimento no interior do pavilhão é intenso.
Nos balneários, o movimento já é reduzido. Pois grande parte dos artistas já se encontra acomodado na área ”vip”.
Passam cerca de 30 minutos da hora 18, novamente o bem disposto apresentador sobe ao palco, os trabalhos não terminaram, mas pelo adiantar da hora, anuncia o começo do concerto e convida o Pastor Vicente Elsandro para a oração de abertura.
Os semblantes mudam, chegou o memento esperado. Como bálsamo, vem a palavra ministrada pelo Pastor Mayomona Afonso. Sua autoridade é reconhecida e suas suas palavras trazem “paz” ao recinto.
Fotógrafos correm de um lado ao outro, procurando captar momentos impares. No lado esquerdo do palco, está o director artístico do concerto Armando Zibungana. O sucesso do evento depende em grande medida do trabalho dele. Experiente, percebeu a necessidade de fazer arranjos no programa.
Massaki, o apresentador que teve um pedido de perdão quase negado, (o público não queria aceitar seu pedido de desculpas pelo atraso), convida ao palco o primeiro cantor da noite. Seu nome é Elias Miguel, assina pela Massimo Som. Sereno assume o leme. Tem de conseguir dar dar “ânimo” ao concerto.
Com uma miscelânea de músicas de sua autoria, “Reina sobre mim”, “És o cordeiro” e “Soberanamente”, leva as emoções ao rubro. Sucede-lhe Solange de Nery, com “Apenas um toc” dançou e fez a plateia dançar.
As emoções e o espírito festivo tomam conta dos presentes. As cerca de 3 horas de espera ficam no esquecimento.
A festa continua com as Dádivas, Beliano Ad, Projecto de Igreja para Igreja (PDIPI), Vocal Renascer, considerado por entendidos como um dos melhores corais de harmonia vocal, Carlos Astro, Inês Cassoma, Carine Mpoli.
Uma pausa na música, para orar por Angola com o Apóstolo Luís Júnior.
O concerto continua, tem vez o grupo de coreografia Emanuel. Retoma musicalmente com Francisco Doceta, grupo Goshen, Ruth Kuniasa, grupo Saron, Israel de Deus e encerra com os Filhos do Ngana.
A satisfação está patente nos rostos. A última parte da minha missão é recolher depoimentos para confirmar o que os meus olhos vêm.
“Foi um longo tempo de espera, mas foi uma bênção”, diz uma jovem que mal termina é segundada pela amiga que afirma “foi uma maravilha”. “Sarau Gospel é outra dimensão”, grita um jovem que atravessa o portão em direcção ao exterior do pavilhão principal da Cidadela.
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