A indústria fonográfica experimentou no ano passado um crescimento de 5,9%, o maior registrado no setor desde 1997, segundo informou a Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, em sua sigla em inglês).
A organização apresentou nesta terça-feira em Londres seu relatório anual, no qual constatou que 2016 é o segundo ano consecutivo em que variou a tendência negativa dos últimos anos, com lucros totais de US$ 15,7 bilhões.
No entanto, a CEO da IFPI, Frances Moore, afirmou que é importante “contextualizar” estes resultados após 15 anos – de 1999 a 2014 – nos quais a indústria perdeu “quase 40% de seus investimentos. Estes dados são somente “passos pequenos” para um “maior crescimento”.
Moore sustentou que o “motor” desse progresso é o “streaming” ou serviços de música ao vivo, que chegaram neste ano aos mais de 100 milhões de assinantes e cujos investimentos aumentaram 60,4%.
De fato, os investimentos por vendas físicas caíram no ano passado 7,6%, segundo o citado relatório, e os dos downloads afundaram 20,5%, a queda mais forte do setor.
O relatório voltou a criticar, como já fez em sua edição de 2015, a distorção existente no mercado, o que denomina “lacuna de valor”, pela qual os artistas e gravadoras não recebem uma justa remuneração por seu trabalho e pela qual se beneficiam plataformas como YouTube.
Assim, a IFPI denunciou que enquanto o Spotify paga US$ 20 por usuário às gravadoras, o YouTube apenas contribui com apenas US$ 1 por usuário.
O CEO da Warner Music, Stu Bergen, advertiu de que apesar da melhoria dos dados, as gravadoras devem “continuar em alerta”.
“Só temos dois anos de crescimento positivo, é verdade que já não estamos em queda livre, mas não podemos relaxar”, preveniu.
Já o vice-presidente executivo de Estratégia Digital de Universal Music, Michael Nash, insistiu que a transição digital não é “uma viagem com um princípio e um fim”, senão uma transição “continuada” marcada pelos avanços tecnológicos, aos quais é preciso se adaptar.
“As formas de consumo estão mudando constantemente e a indústria tem que ter iniciativa e continuar expandindo as maneiras nas quais os artistas podem chegar a seus fãs”, apontou.
Na mesma linha que seus colegas, o presidente da Sony Music, Dennis Kooker, qualificou o ano de 2016 como um “momento-chave” no mercado digital e considerou “positiva” a crescente concorrência no setor, pois a seu parecer, “favorece a expansão, crescimento e oportunidades para novos artistas “.
“A indústria musical está mudando mais rápido do que nunca, mas a lista de coisas principais que as gravadoras devem adotar continua sendo o mesmo: descobrir, formar, apoiar e promover artistas e fazer sua música acessível em todo o mundo”, concluiu Moore.
Fonte: Terra
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