Na última década, várias denuncias de pedofilia dentro da Igreja Católica tem causado polêmica e posto em credibilidade os valores morais apregoados por esta instituição.
Na semana passada, foi tornado público o relatório do júri da Pensilvânia, Estados Unidos, que detalha décadas de abusos sexuais de padres católicos, que levou o cardeal norte-americano Raymond Bruke, famoso por suas falas homofóbicas e postura rigorosa à homossexualidade, se manifestar sobre o caso culpando os próprios gays pelo fato de ocorrerem abusos contra menores de idade dentro da igreja.
“Ficou claro após a crise de abuso sexual de 2002 que a maioria dos actos de abuso eram de facto actos homossexuais cometidos com jovens homens adolescentes. Houve uma tentativa de ignorar ou negar isso. Agora, parece claro, à luz desses escândalos terríveis recentes, que de facto existe uma cultura homossexual, não apenas entre o clero, mas mesmo dentro da hierarquia, que precisa ser purificada na raiz”, iniciou o sacerdote em entrevista ao grupo de defesa Acção Católica para a Fé e a Família.
“Acho que foi consideravelmente agravado pela cultura antivida em que vivemos, ou seja, a cultura que separa o ato sexual da união conjugal”, continuou ele fazendo referência ao fato das pessoas transarem antes do casamento e, para evitar gravidez, fazerem uso de métodos contraceptivos.
“O ato sexual não tem qualquer significado, excepto entre um homem e uma mulher em casamento, uma vez que o acto conjugal é por sua própria natureza para a procriação. Acredito que é necessário reconhecer abertamente que temos um grave problema de cultura homossexual na igreja, especialmente entre clero e a hierarquia, que precisa ser tratado com honestidade e eficácia”, completou.
Numa carta de três páginas dirigida aos católicos de todo o mundo, revelada pelo Vaticano, o Papa Francisco condenou os “crimes” de abusos sexuais cometidos por padres, além do encobrimento destes casos e exigiu uma responsabilização. O Sumo Pontífice da Igreja Católica pediu perdão pelo sofrimento causado aos menores, acusando os líderes da igreja de estarem mais preocupados com a sua reputação do que com a segurança das crianças.
“Com vergonha e arrependimento, como comunidade eclesial, assumimos que não soubemos estar onde deveríamos estar, que não agimos a tempo para reconhecer a dimensão e a gravidade do dano que estava a ser causado em tantas vidas”, escreveu o Papa, na carta citada pela comunicação social.
“Negligenciámos e abandonámos os mais pequenos”, sublinhou o chefe da Igreja Católica.
A carta foi publicada em sete idiomas e está dirigida ao “Povo de Deus”. Na missiva, Francisco fez referência ao relatório da Pensilvânia, e reconheceu que nenhum esforço para pedir perdão às vítimas será suficiente, assim como “nenhum esforço será poupado para criar uma cultura capaz de impedir que tais situações voltem a acontecer”.
A carta é a reacção do Papa ao relatório do júri da Pensilvânia que detalha décadas de abusos sexuais de padres católicos, bem como o encobrimentos por parte dos bispos, classificando as acusações de “criminosas e moralmente repreensíveis”.
Com informações do DN e Observatório
Artigos relacionados
-
O padre católico mais velho da Nigéria, Monsenhor Thomas Oleghe, morre aos 104 anos
-
TD Jakes sofre ‘pequeno incidente de saúde’ durante sermão de domingo
-
Conselho Mundial de Igrejas denuncia fornecimento de armas a grupos do Sudão
-
Ruanda vai taxar igrejas e acusa pastores de enganarem fiéis
-
Bíblia não pode ser usada para legitimar colonização e anexação de um território, dizem bispos