A sociedade de mulheres membros da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) vai realizar uma manifestação pacífica neste Sábado, 14, pelas 13 horas, em Luanda, em solidariedade com as esposas de pastores dessa denominação religiosa que fizeram vasectomia.
As participantes na marcham vão caminhar do Largo das Heroínas até a Catedral do Maculusso da aludida igreja, sita defronte do Hospital Militar Central.
A comissão organizadora do evento diz que centenas de mulheres (esposas de pastores da mesma congregação), têm sido vítimas de violência, maus-tratos e lhes foi coartado o direito de serem mães.
“Diante dessas violações de direitos humanos e direitos da mulher, as mulheres membros da IURD em solidariedade com as esposas dos pastores, vai realizar uma marcha pacífica com o intuito de despertar e alertar a sociedade angolana e o mundo contra tamanha brutalidade contra a mulher”, lê-se no documento.
De realçar que, recentemente, o bispo da IURD Valente Luís revelou, a este jornal, que há muitos pastores que fizeram esse tipo de tratamento de esterilização, anuindo a um apelo da solicitação máxima da Igreja. Porém, não soube precisar quantos.
A marcha das mulheres ocorrerá dois meses depois de os pastores angolanos da referida Igreja terem feito o mesmo, mas em repúdio contra os abusos dos pastores brasileiros em serviço no país.
Na ocasião, dezenas de pastores, obreiros e bispos angolanos caminharam do Cemitério de Santa Ana, até a Catedral da Igreja Universal do Maculusso, para mais uma vez exigirem o respeito e cumprimento da Lei Magna; respeito pelos pastores angolanos, quer na reposição dos seus subsídios, bem como da dignidade humana e repudiar a venda coerciva dos bens da IURD Angola.
Os fiéis escolheram como término da marcha a Catedral da IURD no Maculusso, para dizerem também ao bispo de nacionalidade brasileira, Honorilton Gonçalves, que estão abertos ao diálogo. Com cartazes com os dizeres “devolvam os subsídios dos pastores”; “membros, esposas, pastores e obreiros angolanos são dignos de respeito”, bem como: “queremos o dinheiro da universidade”, os fiéis, além de pararem para orar em frente à referida catedral, gritavam “queremos o diálogo”.
Os manifestantes acham que esta igreja em Angola não pode ficar na confusão e dividida, pois quando o bispo Augusto de Oliveira veio a Angola, e tantos outros, vieram na união, paz e amor. “Hoje, a Igreja está constituída, os pastores angolanos também merecem ser tratados com dignidade. A Igreja não pode ser simplesmente gerida por brasileiros.
Nós não estamos aqui a fazer apologia da divisão da Igreja, jamais. Queremos a união, porque estamos a registar obreiros a saírem da Igreja, almas a se perderem, quando devemos salvar almas”, disse Dinis Bundo, porta-voz da marcha.
Aqueles cidadãos decidiram manifestar-se, pacificamente, porque pensam que estão a ser ignorados, pois passados 30 dias desde que os pastores angolanos fizeram um manifesto a denunciar práticas não muito boas por parte dos pastores brasileiros, e que mancham a IURD, ainda não têm uma resposta satisfatória.
Fonte: OPaís