O papel dos enfermeiros e nutricionistas na gestão da diabetes foi enaltecido, sexta-feira, pela directora de Enfermagem da clínica Luanda Medical Center (LMC), que destacou o contributo destes profissionais no bem-estar do doente e das famílias, ao garantirem um tratamento eficaz no ambiente hospitalar.
Daniela Campos frisou, em declaração ao Jornal de Angola, que os enfermeiros, bem como outros profissionais de Saúde, desempenham um papel crucial do processo de tratamento da diabetes, sobretudo os nutricionistas, cujo trabalho ajuda a controlar os níveis de glicose no sangue e a prevenir complicações através do ensino de hábitos alimentares saudáveis.
“O papel do enfermeiro na prestação de cuidados de saúde aos utentes, em especial os que têm diabetes no contexto de internamento hospitalar, consiste em avaliar e monitorar o doente, promover a cultura de adesão ao tratamento, administrar medicamentos, elaborar plano de cuidados, com o apoio psicológico, nutricional bem como prevenir o utente de complicações futuras”, referiu.
Para directora, o perigo da diabetes está no facto de ser uma doença silenciosa e o doente pode passar anos sem apresentar ou notar quaisquer sintomas. “Por isso, é muitas vezes detectada já em fase avançada”, salientou, além de alertar que a detenção precoce é fundamental para evitar complicações futuras.
“A detecção precoce permite aos profissionais de Saúde desenvolverem planos de tratamento personalizados de modo a atender às necessidades específicas de cada paciente e garantir uma melhor gestão da patologia a longo prazo”, disse.
Embora seja uma doença crónica que carece de cuidados por toda a vida, e ainda sem cura, continuou, hoje, é possível viver plenamente com diabetes mellitus. Porém, realçou, é necessário que os pacientes implementem mudanças no estilo de vida e tenham disciplina para seguir o tratamento prescrito pelo médico.
“A orientação sobre a gestão da doença, monitorização da glicemia e escolhas alimentares saudáveis resultam num controlo glicémico adequado, reduzindo o risco de complicações, como doenças cardiovasculares, neuropatia, retinopatia e nefropatia. A detecção precoce é, portanto, crucial para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e minimizar os riscos de complicações associadas”, realçou.
Entre os sintomas da diabetes, destacou a sede excessiva, a vontade de urinar com muita frequência, a perda de energia e fraqueza extrema, a fome constante, a perda de peso inexplicável, visão desfocada e, em casos graves, sonolência e coma.
“A diabetes mellitus é uma doença caracterizada pelo aumento dos níveis de açúcar no sangue. Estima-se que, em Angola, existam actualmente 1,8 milhões de pessoas que vivem com a patologia, o que corresponde a 5,6 por cento da população. Só em 2020 foram notificados 16.974 novos casos, sendo a mais frequente a diabetes mellitus do Tipo 2”, frisou.
Desafios
Por sua vez, a coordenadora de Enfermagem da LMC, Filipa Nascimento, salientou que a adesão ao tratamento é hoje um dos grandes desafios no controlo adequado da diabetes mellitus.
“Para que haja um controlo mais eficiente, é necessário que doentes tenham acesso a informação de qualidade e entendimento sobre a diabetes mellitus, riscos e consequências, de modo que comecem com o tratamento de forma precoce”, disse.
No sentido de reforçar os cuidados para com os doentes diagnosticados com diabetes mellitus, avançou, a clínica Luanda Medical Center (LMC) realizou, no passado sábado, uma jornada de enfermagem que reuniu 100 profissionais de saúde entre enfermeiros e nutricionistas, com o objectivo de gerar a troca de conhecimentos e actualização de práticas clínicas com palestras especializadas.
Fonte: JA
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