O número de pessoas diagnosticadas com diabetes no Hospital Geral de Luanda está a preocupar as equipas médicas da unidade sanitária, que detecta, em média, 10 a 15 pacientes com a patologia por dia, disse, ontem, a chefe do serviço de Medicina Interna da instituição.
Agate Sampaio disse que a área atende, diariamente, 150 pacientes e destes, 10 a 15 são diagnosticados com diabetes. Os dados estatísticos, continuou, mostram que o Banco de Urgência do hospital atende em media dois pacientes, dos 15 diários, com complicações graves.
“Estes pacientes são internados na unidade de Cuidados Intensivos do hospital e quando o quadro clínico melhora vão para o internamento de medicina, para dar sequência ao tratamento feito com base em insulina”, disse.
A médica afirmou que maior parte dos pacientes consultados no hospital disseram não ter condições financeiras para comprar os fármacos e muitos acabam por interromper a medicação. “Esse tem sido o histórico de quase todos os pacientes que internamos por diabetes mellitus na unidade hospitalar”, avançou.
A especialista em Medicina Interna explicou que a diabetes mellitus é uma doença endocrino-metabólica que se caracteriza pelo aumento crónico dos níveis de glicose no sangue, decorrentes de uma deficiência relativa ou absoluta na produção de insulina a partir do pâncreas ou pela resistência da acção da insulina adquirida pelo organismo.
A médica explicou, igualmente, que existem vários tipos de diabetes, sendo a do tipo 1, a que é, geralmente, mais frequente em jovens menores de 30 anos. A do tipo 2, esclareceu, acomete mais os maiores de 30 anos, embora, actualmente, já se fala em jovens com a patologia. Além disso, realçou, existe ainda a diabetes gestacional, diagnosticada durante a gravidez.
De acordo com a médica, o diagnóstico da diabete pode ser feita de forma clínica ou laboratorial. “Por ser uma doença crónica, a pessoa apresenta emagrecimento progressivo, perda de peso ou comichão no corpo”, alertou.
Camama
O Hospital Geral de Luanda atendeu, na semana passada, num total de 9.034 pacientes, onde foram diagnosticados 594 casos de malária, 422 de doenças respiratórias agudas, 307 de hipertensão, 70 de diarreia, 46 de tuberculose e 34 Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC), disse o director clínico da instituição.
Magalhães Sobrinho referiu que a área de Ortopedia assistiu, igualmente, 431 casos de queda, 192 resultantes de acidentes de viação, 97 de atropelamento, 80 de agressão física, 70 de ferimentos provocados por arma branca e 14 por arma de fogo.
Cazenga
Três mil 445 pacientes foram atendidos, na semana finda, pela equipa médica do Hospital Geral dos Cajueiros, dos quais 738 foram diagnosticados com malária, 282 com hipertensão, 154 com diarreia, 109 com diarreia, 50 com malnutrição e 24 com diabetes, informou, ontem, o director clínico da instituição, Tomás Fernandes.
Ainda no Cazenga, o Hospital Municipal atendeu, na semana passada, 2.494 pacientes, sendo 1.636 nas Consultas Externas e 858 nos Bancos de Urgência, de acordo com a directora-geral da instituição. Maria Adelaide referiu que as principais patologias registadas foram a malária (382), broncopneumonia (13) e a diarreia (oito).
Cacuaco
As equipas médicas do Hospital Municipal de Cacuaco atenderam, na semana passada, dois casos de diabetes, num total de 3.842 pacientes que acorreram à unidade hospitalar, informou a directora-geral.
Anizeth Cutatela sublinhou que as principais patologias registadas foram a malária (331), hipertensão (60), diarreia (40), doenças respiratórias agudas (30) e tuberculose (20). “Socorremos 84 pacientes vítimas de acidentes de viação”, frisou.
Kilamba Kiaxi
O Serviço de Pediatria do Hospital Geral Especializado do Kilamba Kiaxi assistiu, na semana finda, 1.746 crianças e devido a gravidade das patologias teve de internar 69 dos pacientes, avançou a directora clínica da unidade sanitária.
Rosa André destacou que as principais patologias registadas na Pediatria foram as doenças respiratórias agudas (355), a diarreia (287) e a malária (161). A área da Maternidade, acrescentou, observou 671 mulheres e realizou 101 partos.
Talatona
O Hospital Municipal de Talatona observou, na semana finda, nas urgências médicas, 614 pacientes com diferentes patologias disse, ontem, a chefe do Banco de Urgência.
Isabel dos Santos avançou que, dos pacientes atendidos, 136 apresentavam doenças respiratórias agudas, 68 malária, 15 diarreias agudas e seis problemas de trato gastrointestinais
Neves Bendinha
Trinta e sete pacientes com diferentes tipos de queimaduras, deram entrada, no fim-de-semana, no Banco de Urgência de Queimados, do Hospital Geral Especializado Neves Bendinha, informou, ontem, a directora clínica da unidade sanitária, Antonieta Guilherme.
A médica esclareceu que dos pacientes queimados, 21 foram crianças e 16 adultos. Deste número, realçou, cinco internaram devido a gravidade das queimaduras. “Infelizmente tivemos 2 casos que vieram a óbito”.
Quanto as causas das queimaduras, contou, 37 tiveram origem no domicílio e foram causados por líquidos super aquecidos.
Samba
A equipa médica do Centro de Saúde da Samba atendeu, na semana passada, três mil cento e 17 pacientes, dos quais, 791 foram encaminhados para o Banco de Urgência, informou a directora clínica.
Rosa Manuel explicou que das patologias observadas, 158 pacientes apresentaram doenças respiratórias agudas, 133 malária, 83 problemas de nutrição, 46 diarreias agudas e 19 hipertensão arterial.
Sambizanga
O Centro de Saúde do Sambizanga prestou assistência médica e medicamentosa, no fim-de-semana passado, a 504 pacientes com malária, 70 com malnutrição, 62 com problemas respiratórios agudos, 31 com infecção urinária, nove com hipertensão arterial e seis com diarreias agudas, disse, ontem, a directora clínica.
Augusta Chandicua adiantou ainda que a unidade sanitária socorreu 213 pacientes em Clínica Geral, 171 crianças em pediatria e 53 mulheres em consulta pré-natal.
Drama de família agravado pelas dificuldades financeiras
Depois de enterrar a mãe, que faleceu vítima de diabetes mellitus, Isabel António, de 49 anos, sentiu-se mal. Durante uma consulta realizada no Hospital Josina Machel foi informada que sofre da patologia.
Isabel António contou que a notícia foi, literalmente, como um balde de água gelada, pois a mãe tinha acabado de morrer da mesma doença. “A minha mãe lutou muito contra essa doença, até que os médicos tiveram de amputar um dos membros inferiores e pouco tempo depois o outro. Na altura, ela sempre se manteve positiva. Porém, nunca transmitiu isso aos filhos”, lamentou, ao recordar que agora vive com a mesma doença.
“Essa doença é muito complicada e cara. Nem eu, nem a minha família temos condições para lidar com tudo isso. Com a minha mãe só chegámos ao extremo por falta de dinheiro para dar uma boa alimentação e garantir sempre os medicamentos”, revelou, acrescentando que gostaria de ter mais apoio das autoridades competentes. “Por ser uma doença crónica, os medicamentos deveriam ser de graça, porque, como eu, há muitas pessoas a passarem necessidades e a doença só vem piorar mais ainda a situação”, exortou.
Fonte: JA
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