A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, reconheceu, esta terça-feira, em Lisboa, Portugal, que o país ainda enfrenta desafios significativos para alcançar a cobertura universal de saúde e a melhoria da qualidade dos serviços.
“O nosso sistema de saúde está frequentemente sobrecarregado e com recursos insuficientes, exigindo esforços urgentes e sustentados para resolver estas questões e responder às emergências e às consequências das alterações climáticas”, admitiu a ministra ao discursar no Fórum EURAFRICAN/2024 sobre “Reforçar a eficiência dos sistemas e promover a qualificação do pessoal”.
Sublinhou que o investimento no capital humano “é uma prioridade do Executivo angolano para fortalecer cada vez mais o nosso sistema de saúde”.
Neste particular, apontou, que nos últimos cinco anos, foram admitidos 41.093 funcionários e colocados principalmente nos cuidados de saúde primários, o que representa um incremento de 40,5% na força de trabalho do Ministério da Saúde.
Formação
No que se refere à formação e qualificação da força de trabalho, disse que está em curso um plano ambicioso de formação especializada de 38.000 profissionais em todas as carreiras, financiado com um empréstimo de 200 milhões de dólares do Banco Mundial.
Sílvia Lutucuta esclareceu que este plano está alinhado ao processo de admissão de quadros para aumentar a capacidade resolutiva nos três níveis de atenção sanitária, com foco particular nos cuidados de saúde primários, visando a médio prazo a criação de equipas de saúde familiar para acelerar o alcance da Cobertura Universal de Saúde até 2030.
“No âmbito da implementação deste plano Angola tem contado com um sólido e fraterno apoio de Portugal, através de várias instituições académicas e hospitalares, apoio esse que agradecemos e pretendemos consolidar”, referiu.
A formação especializada, acrescentou, está a ser realizada maioritariamente a nível nacional e apenas 20% em instituições internacionais. Precisou que 80% do capital humano a formar está voltado para as especialidades prioritárias, como a saúde pública, medicina geral e familiar, pediatria, ginecologia e obstetrícia, ortopedia, cirurgia geral, medicina interna e anestesiologia, “sem deixar de parte a alta complexidade, a investigação científica e áreas-chave do regime geral”.
Fonte: JA