Estádio dos Coqueiros

Sem mudança de atitudes daqui a 40 anos o gospel estará no mesmo lugar

A música é um grande negócio. Noutras paragens cria riqueza e gera empregos. Seja secular ou gospel.

Estádio dos Coqueiros

É desejo de quase todos ou mesmo todos, que a música gospel em Angola seja lucrativa e sustente os seus fazedores (artistas, produtores, empresários, etc). O que fazem eles para que isso aconteça?

Sabemos, se não, devíamos, que na produção de uma música ou CD, intervêm várias pessoas, que têm direitos salvaguardados. Esse é um assunto que precisa ser abordado com frequência com artistas cristãos, porque muitos pensam que são os únicos detentores de direitos. É só ver a ficha técnica de muitos CDs, que passam a ideia de que o músico fez tudo sozinho.

É uma “doença” no meio gospel, não honrar os compromissos e não cumprir com o estabelecido nos contratos. Numa situação normal veríamos muitos pedidos de reparação de danos.

Sei de casos de artistas que beneficiaram de investimentos de milhares de dólares e nem metade dos compromissos assumidos honraram.

Independentemente das razões que você venha a indicar, a questão comportamental estará no centro. Ela incentiva ou inibe a entrada de investidores/empresários experientes no mercado gospel, que podem torná-lo dinâmico, competitivo e lucrativo.

Disse-me um amigo, há muito está ligado a música gospel, que as produtoras/empresas que operam no mercado gospel, estão mais por causa do status que seus donos querem ter no meio do que por questões comerciais.

Também ouvi de outro amigo músico, que não é bem assim. O pouco dinheiro que os artistas produzem, quase todo fica com os patrões, que nunca se esforçam para serem o mínimo transparentes possível. E mais, que há produtores/empresários no gospel, que pensam que são mais importantes que os músicos. Agem como se estivessem a fazer favores aos músicos.

Tanto numa como noutra situação, está a questão comportamental patente. Sem conhecimento, sem responsabilidade, sem o cumprimento de regras, sem mudança de comportamento, o gospel vai continuar a ser um fardo.

Artistas e empresas, têm interesses que convergem, mas isolados ninguém os alcança. Para alcançar objectivos comuns, é necessário esforço conjunto.

Indigna e afugenta investidores, o caso da cantora que engravidou no estúdio depois de assinar um contrato de tantos milhões de kwanzas, ou o caso do cantor que depois de ganhar um pouco de projeção vai cuidar da sua vida, sem ao menos que o contrato que assinou esteja ao meio.

É verdade que também indigna e diminui a confiança, quando o empresário viola regras estabelecidas. E quando se trata de empresários que pedem para baixar a saia/calça, pior. Sem confiança, as pessoas não caminham juntas. Se não caminham juntas, fica tudo mais difícil.

Reitero, sem mudança de atitude, veremos o gospel não muito distante do lugar em que está.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *