Trata-se do Mali, Burkina Faso e, naturalmente, Níger. Estes três países são governados, atualmente, por regimes militares que pretendem formar uma nova coalizão denominada “Aliança dos Estados do Sahel” (AES). Desde o sequestro do Padre Pierluigi Maccalli, que ocorreu em 2018, a vida dos agricultores, que moram na área fronteiriça com Burkina Faso, não cessou de se degenerar: ameaças, sequestros, assassinatos selecionados, escolas fechadas, intimidação e clima de terror caracterizam a vida quotidiana dos habitantes. A presença dos militares nigerinos não dissuade tais práticas, agora bem enraizadas na área. As renúncias e os pedidos de ajuda parecem chegar a ouvidos surdos ou, pelo menos, na retórica da “soberania ambiental” e na ausência de presenças militares estrangeiras em solo nigerino, exceto os russos. Tudo isto não faz dissuadir os “bandidos” ou grupos armados, que, no entanto, ocupam as terras e, graças a uma política devastada, recrutam jovens, que vivem na pobreza, com a promessa de ganhos fáceis e uma nova identidade social.
Desde o último mês de março, na aldeia de Tiboandi e, depois, nas aldeias de Kiloubiga, Torsé e Koutougou, continuam as propostas dos grupos armados. Às vezes, os cristãos concordam em pagar, mas, muitas vezes, são obrigados a se mudar para lugares mais protegidos, como Makalondi e Torodi. Ali, os “bandidos” deram o prazo de uma semana para receber uma resposta. Claro, quem rejeitar a “conversão” ao islamismo, não terá outra opção a não ser a do êxodo, pois, pagar a quantia solicitada este ano significa vê-la duplicada no próximo ano. O prefeito da capital Niamei foi informado e as autoridades estão cientes deste drama que acontece não muito distante da capital.
Impotência, incapacidade e dificuldade de assumir a responsabilidade pela segurança das pessoas assediadas não produziram os resultados desejados.
Não são só os cristãos atingidos pela extorsão dos grupos armados, mas todos os habitantes da área das Três Fronteiras. Mas, todos têm uma única característica: são agricultores pobres que se juntam à longa lista dos “invisíveis”, que contam pouco em âmbito econômico e geopolítico. Este último fator, talvez, possa explicar melhor os motivos da eterna onda de violência contra civis na região do Sahel.
Fonte: Vatican NEWS
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