O não reconhecimento pelo Estado angolano da formação teológica oferecida pelas escolas das confissões e associações religiosas, inviabiliza a contribuição dos quadros destas, no desenvolvimento social do país.
Isso ficou expresso na segunda feira 16 de Setembro, no Memorial António Agostinho Neto, quando o Secretário Geral da Aliança Evangélica de Angola (AEA), abordava o tema “Procedimentos e desafios das associações e confissões religiosas reconhecidas no exercício da liberdade de religião e de culto e no fortalecimento da parceria com as instituições do Estado”, no Fórum Inter-religioso, promovido pelo Ministério da Cultura.
António Mussaki, disse na ocasião,que o seu o diploma de mestrado em Teologia e História, feito na “renomada” universidade a Presbiteriana Mackenzie, que fica “no coração” de São Paulo/Brasil (com mais de 70 mil alunos, vários centros de pós graduação, especialização, doutoramento), não é reconhecido pelo Instituto Nacional de Avaliação, Acreditação e Reconhecimento de Estudos (INARES).
“Estão a brincar! Porque eu pego o meu diploma, vou a Havard e vou me candidatar no curso de doutorado em Ciências da Religião ou História, e Havard, aceita o meu diploma porque reconhece a competência, capacidade e qualidade da Universidade Presbiteriana Mackenzie”, desabafou, acrescentado que “sou parceiro do Estado e a minha formação não é reconhecida. Que parceria é essa!”
Fortemente aplaudido pela maioria dos presentes, o Reverendo, apelou a aprovação dos diplomas para o reconhecimento da formação teológica, visto que já existem instituições “credíveis e com perfil de formação reconhecida por instituições internacionais”.
Fortalecimento da parceria entre a Igreja e o Estado
A parceria entre a Igreja e o Estado resulta “da própria missiologia da prática religiosa eclesiástica”,afirmou o Reverendo Mussaki, para quem a Igreja e o Estado existem para cuidar do homem.
A nova Lei sobre a Liberdade de Religião, Crença e Culto, de acordo com o Pastor, coloca em causa alguns princípios do direito e da laicidade “e desta forma”, mesmo as confissões já legalizadas, “que actuam de forma responsável” poderão ver a sua liberdade limitada em alguns casos.
No município do Bucuzau em Cabinda, exemplificou, um templo com mais de 100 nos de existência foi encerrado porque não reúne condições para albergar os cultos, mas o mesmo pertence a Igreja reconhecida e centenária.
António Mussaki, disse também que existem Igrejas que se aproveitam da sua condição legal para praticarem excessos na prática religiosa como as distorções, ensino fora da linha interpretativa correcta e bíblica, causando em certos casos problemas as famílias, a comunidade e as autoridades.