Desde que o surto de cólera foi confirmado em Janeiro deste ano, o município do Kilamba teve a confirmação de 52 casos, com seis mortes e uma taxa de letalidade de 2,4 por cento, facto que leva as autoridades sanitárias a reforçar o plano de resposta comunitária com acções de sensibilização para a observância das medidas de prevenção, disse, sabado, ao Jornal de Angola, o director municipal da Saúde.

Bruno Mambo explicou que além de palestras, exibição de vídeos, distribuição de panfletos com mensagens sobre os cuidados que a população deve ter, a realização de campanhas de fumigação está a contribuir significativamente no controlo da propagação da doença, em relação ao período em que atingiu o auge.
De acordo com o responsável, dos seis óbitos registados, dois aconteceram no Centro de Tratamento de Cólera (CTC) local e quatro foram extra-hospitalares, mas assegurou que à medida que mais casos são identificados, através da busca activa e tratados adequadamente, menos mortes surgem.
O director Municipal da Saúde considerou que de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), tem de haver um trabalho conjunto entre o Governo, organizações nacionais e internacionais, incluindo o sector privado para garantir o acesso à água tratada às pessoas.
A criação de condições para assegurar a água potável para o consumo, constitui um dos elementos cruciais para os desafios de prevenção e combate à cólera, disse.
“Nesse momento um dos principais desafios é garantir água tratada à população. Todos temos de trabalhar em conjunto, o Governo, organizações nacionais e internacionais e o sector privado para garantir o acesso à água tratada, tratamento atempado e medidas preventivas, especialmente nas áreas mais críticas. Temos todos de assumir essa responsabilidade para evitar mais vidas perdidas devido a esta doença que é possível evitar e tratar “, defendeu Bruno Mambo.
O município do Kilamba, disse, está entre as localidades da província de Luanda que sofrem com a propagação da doença, mas as acções em curso voltadas, essencialmente na promoção de saúde preventiva nas comunidades estão a ajudar no controlo da situação. As equipas criadas pela Direcção Municipal da Saúde, de acordo com o responsável, desenvolvem campanhas de consciencialização das pessoas, famílias e notificação de infecções, no quadro da mobilização de recursos e vigilância epidemiológica.
Colaboração
A colaboração de voluntários das comunidades tem sido fundamental para levar mensagens de boas práticas sanitárias e salvar vidas, especialmente, nas zonas que ainda carecem de serviços essenciais básicos, sobretudo ligados à saúde.
A implementação do plano de resposta à cólera, por via da mobilização de recursos humanos e materiais, está a ajudar no reforço da monitorização epidemiológica, destacou Bruno Mambo.
Além disso, mobilizadores comunitários foram treinados em estratégias de comunicação sobre higiene, saneamento e detecção atempada de casos suspeitos de cólera, referiu o director municipal da Saúde do Kilamba.
Com o trabalho de coordenação, frisou, as acções de respostas rápidas permitiram que casos suspeitos fossem identificados, encaminhados e tratados rapidamente.
As campanhas de consciencialização têm sido feitas juntando as comunidades e porta a porta alertando-os sobre a importância de beber água tratada, higienização das mãos e dos alimentos, afirmou.
Bruno Mambo disse que as zonas do canal do Kikuxi, Cinco Fios próximo à centralidade do KK 5000, Vila Flor e Quenguela são as que mais preocupam os agentes sanitários devido à falta de água potável.
Fonte: JA