O número de meninas fora das escolas é maior em relação ao sexo oposto, por causa de factores como gravidez precoce e casamento antes dos 18 anos, que condicionam a sua evolução académica e sucesso na formação, revelou, ontem, em Luanda, a representante do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP).
Em entrevista ao Jornal de Angola, Florbela Fernandes disse que as consequências como a gravidez precoce na vida de uma menina são devastadoras, com a probabilidade de ocorrer um parto prematuro, aborto espontâneo, aumento da pressão arterial e consequências psicológicas.
“É muito comum, que depois do parto a mãe abandone os estudos ou o trabalho, pois muitas acreditam que não é possível conciliar as duas coisas, além de sofrerem as pressões socioculturais”, disse. Quanto ao casamento na adolescência, a representante do FNUAP sublinhou que uma em cada cinco meninas no mundo contrai matrimónio, antes de completar 18 anos, o que leva a que a menina tenha outras responsabilidades como a manutenção da casa,
a alimentação e outras que dificultam o seu rendimento académico.
Florbela Fernandes disse que as Nações Unidas querem reverter o quadro e de forma acelerada, para assegurar que todas as meninas, adolescentes, jovens e mulheres consigam ser matriculadas em escolas e que se estabeleça um equilíbrio na desigualdade académica.
“Até 2050, a meta é assegurar que todas as meninas consigam ser matriculadas em escolas, por isso é preciso acelerar, inovar, fazer diferente e sermos mais criativos”, disse a diplomata.
Fonte: JA