Permitam-me partilhar a minha visão sobre o sucesso no gerenciamento artístico, iluminando alguns pontos fundamentais.
Primeiro, sobre a definição de sucesso no gerenciamento de carreira, creio que a ideia de que um Manager(gestor de carreira artística) “deve tirar o artista do zero e colocá-lo no estrelato” simplifica demais um processo muito mais complexo. O sucesso de um artista não pode ser medido apenas pela fama ou pelo retorno financeiro. A função de um Manager competente vai muito além disso. É sobre o desenvolvimento sustentável da carreira, honrando a autenticidade e o crescimento artístico do profissional que ele representa.
Quando falamos em estratégia e visão de longo prazo, é evidente que um bom Manager precisa ter um plano estratégico claro e habilidades para atrair investimentos e oportunidades. No entanto, o gerenciamento eficaz não se resume a conseguir capital e visibilidade. A gestão deve ser ética, transparente e orientada pela missão e pelos valores do artista. Assim, o verdadeiro sucesso não vem só pelo estrelato; ele vem da construção de uma carreira sólida, coerente com os valores artísticos e pessoais do próprio artista.
Estrelato versus desenvolvimento artístico é outra questão crucial. Colocar o foco exclusivamente na fama pode fazer com que alguns Managers acabem mais como exploradores do talento do que como parceiros genuínos. Eu acredito que um Manager que compreende e respeita a essência do seu artista, equilibrando visibilidade com integridade artística, consegue gerar um impacto muito mais duradouro. Isso não só contribui para o legado cultural, mas evita o sucesso temporário em troca de lucro imediato.
A diferença entre aventura e profissionalismo também precisa ser discutida. A visão de que um Manager que não leva o artista ao estrelato é um “aventureiro” ignora as complexidades do mercado musical, altamente competitivo e, muitas vezes, influenciado por fatores externos. Profissionais sérios enfrentam desafios diários, mas é preciso reconhecer que o sucesso não depende só do esforço do Manager; há muitas variáveis, como condições estruturais, culturais e financeiras, que fogem ao seu controle. Por isso, a competência de um manager nem sempre se reflete no sucesso imediato, mas na sua capacidade de persistir e adaptar-se às mudanças.
Concluindo, para mim, o Manager ideal é aquele que se dedica a apoiar o talento, a criatividade e a visão do artista com integridade e estratégia. Devemos respeitar não só os que alcançam o estrelato, mas também aqueles que promovem carreiras éticas, estáveis e alinhadas com os valores dos artistas. O verdadeiro sucesso não se mede apenas pela fama, mas também pela autenticidade e pelo impacto artístico de cada obra e de cada trajetória.
Fonte: Kark Sumba