Reclamada como a primeira de todas as artes, a poesia é a que menos expressão tem actualmente. Os motivos são vários e são apontados pelos próprios fazedores.
O poeta gospel Microprofecia, destaca um certo crescimento a partir do ano 2007 e fala na possibilidade de haver maior crescimento se os poetas se “infiltrarem” nos locais de declamação de poesia secular e justifica: “Jesus Cristo disse: <ide por todo mundo e pregai o Evangelho>.”
“Não podemos viver pregando para os que já estão salvos, até porque Jesus Cristo não veio para os que estão sãos, mas sim para os doentes.” Lembra o artista e deixa um apelo aos colegas. “É necessário que nós poetas e servidores de Cristo, tenhamos a ousadia, a atitude, de pregarmos no mundo secular de maneira que eles possam se converter.”
Cláudio Sousa, rejeita a denominação poeta gospel, tanto mais que as suas escritas “condenam isso”. “Seria melhor poesia sacra para destrinçar da poesia mundana.” Observa.
O artista, afirma que são poucos os poetas que fazem poesia para glorificar o Senhor. Dos que conheço, declara, “tenho gostado, porque conseguem exaltar a Deus.”
Para Cláudio Sousa, o foco da poesia sacra é trazer almas para Cristo. “O Evangelho é pregado de várias formas e a poesia é um dom que deve ser usado para trazer almas para Cristo.” Exorta.
Do município de Cacuaco, o testemunho vem do Poeta Esquecido, que afirma, existem vários poetas nesta localidade e a poesia está “num caminho louvável.”
Faltam espaços e apoio das igrejas
Cláudio Sousa, lamenta que existam poucos espaços que dão abertura aos poetas. “São mais as igrejas. Igrejas entre parêntesis. Sao poucas igrejas.”
O poeta Esquecido, reconhece que as igrejas dão apoio, mas diz que poesia ainda não é recebida como é a música. “Existem mais concertos musicais, do que de poesia.”
Microprofecia, revela a maioria dos espaços que dão oportunidade a poesia são seculares. Existe por exemplo o Artes ao Vivo que tem sido realizado as terças feiras na rádio Escola, o Lev’Arte e outro espaço na marginal, no Deana Day Spa. “Esses locais são de poesia secular, onde um poeta gospel não é censurado.”
Parceria com os músicos
Na base de qualquer parceria está a Palavra. Considera o poeta Jojó Mundundi. “Já vivi as duas faces: a de fingir que sou um poeta para Deus e a face em que caí na real através das escrituras. Acho que para termos essa união, primeiro, a base é saber se estamos na mesma linha de pensamento. Se temos a mesma base que são as escrituras.” Afirma.
Se não tivermos a mesma base, que são as escrituras, considera Jojó, aquele poeta que faz poesia para agradar e para entreter o público, vai se unir aquele músico que faz música para entreter o público. Mas para aquele poeta que quer chamar a razão aos amados que fazem música ou poesia entre o povo de Deus, para que possam voltar as escrituras, só haverá união com um músico que faz músicas totalmente cristocêntricas, dedicadas totalmente para cristo e não para alimentar o nosso ego.
Um desejo comum e uma chamada de atenção
Cláudio Sousa, deseja que Deus levante mais poetas que glorifiquem-No e que trabalhem para levar mais almas para Ele através da poesia. Já o Poeta Esquecido, espera trabalhar no sentido de despertar mais o gosto pela poesia e fazer com que a arte que “está dentro de nós” não seja desperdiçada.
Jojó Mundundi, chama a atenção dos artistas para não imitarem “o mundo (secular)”. “Vou chamar a razão até aos próprios músicos. Hoje, o chamado mundo gospel, está a imitar o mundo. É mais fácil um irmão que tem um dom genuíno contratar uma produtora secular para gravar o seu disco e divulgar, do que trabalhar com uma produtora cristã. Porquê? Porque ele tem um objectivo. Diz que quer alcançar almas. Ele pode falar isso da boca para fora, mas no fundo o objectivo não é esse. Essas pessoas querem fama, querem vender disco, querem tirar benefícios nisso.”
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