O Ministério da Saúde (MINSA) prevê, até 2027, reduzir a taxa de mortalidade infantil em menores de cinco anos, de 69 para 51 em cada mil crianças, afirmou nesta terça-feira, em Luanda, o secretário de Estado para a Saúde Pública.
Ao dissertar sobre o tema “O Programa de Expansão e Melhoria do Sistema Nacional de Saúde”, na 23.ª sessão temática do programa “Comunicar por Angola”, promovido pelo Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social (MINTTICS), o secretário de Estado para a Saúde Pública, Carlos Pinto de Sousa, apontou, como metas da Política Nacional de Saúde 2023/2027, a redução da taxa de mortalidade de menores de um ano, de 47 para 37 em cada mil nados vivos.
O MINSA, continuou, prevê, ainda, trabalhar para a redução da taxa de mortalidade materna de 199 para 165 em cada 100 mil nascimentos, reduzir a taxa de fecundidade de 5,4 para 4,6 e aumentar a esperança média de vida de 62 para 63 anos.
De acordo com o secretário de Estado, o Programa de Expansão e Melhoria do Sistema Nacional de Saúde tem como objectivos, expandir o acesso ao serviço de saúde e medicamentos de qualidade e reduzir a taxa de mortalidade de crianças menores de cinco anos.
Outro objectivo, contou, é acelerar a redução da mortalidade materna e de crianças menores de cinco anos, assim como melhorar o desenvolvimento infantil, a nutrição e a saúde do adolescente.
Entre as metas do Ministério da Saúde, realçou, consta, também, a de reduzir a incidência de doenças transmissíveis, diminuir a prevalência de doenças crónicas não transmissíveis, reforçar a governança no sector e desenvolver a investigação biomédica.
Acesso
Em relação ao acesso aos serviços de saúde e medicamentos de qualidade, o secretário de Estado disse que prevêem o aumento do número de médicos, passando dos actuais 7.395 para 10.800, e de 49.283 enfermeiros para 78.500, por meio da realização de concursos públicos.
“Esta é uma realidade que já tem sido verificada, nos últimos anos, pois o número de profissionais aumentou em cerca de 40,5 por cento”, disse.
Carlos Pinto de Sousa acrescentou que outra meta é que o número de hospitais passe de 224 para 307, assim como o número de centros médicos aumente de 783 para 965. “Vamos ainda expandir os serviços de hemodiálise para as 18 províncias”.
Para atingir os objectivos, acrescentou, o Ministério dda Saúde vai trabalhar, igualmente, no reforço da formação contínua dos profissionais do sector, estabelecer projectos nacionais para o registo e formação dos agentes de educação comunitária e expandir e melhorar a rede de unidades sanitárias.
Reforço da imunização
Carlos Pinto de Sousa considerou a imunização como um pilar fundamental para a área da saúde pública, por ser uma forma de prevenir várias doenças através da vacinação. “O Ministério vai aumentar a taxa de imunização da BCG, de 75 para 90 por cento, a cobertura vacinal contra o sarampo, de 71 para 85 por cento, do Penta-3, de 75 para 85, e a taxa de imunização contra o pólio inactivado 2, de 37 para 85 por cento”.
Para tal, o MINSA tem apostado no fortalecimento da vacinação de rotina com todos os antigénios do Calendário Nacional de Vacinação, assegurar o financiamento sustentável do OGE para compra de vacinas de rotina e material de vacinação, assim como a cobertura dos custos operacionais a nível municipal para vacinação das crianças, entre outras acções.
Nutrição
Com vista à melhoria da nutrição infantil, informou, os técnicos do sector estão a trabalhar na redução da taxa de desnutrição de crianças menores de cinco anos, de 8,2 para 6,9 por cento, no aumento da taxa de suplementação da vitamina A, de 62 para 85 por cento, e do número de centros de recuperação nacional, de 656 para 840. “Queremos, também, aumentar o número de unidades de saúde com o serviço ‘Amigos de Adolescentes e Jovens’, a nível do país, de 20 para 30”.
Estes objectivos, disse, vão ser alcançados com a promoção contínua do aleitamento materno exclusivo até aos seis meses de vida, a realização de consultas de puericultura em menores de cinco anos e o aumento da desparasitação periódica em crianças entre um e cinco anos. “Temos de garantir a disponibilidade de leite terapêutico e outros produtos nutricionais para recuperação dos pacientes”, disse.
Fonte: JA