Especialistas da Saúde pedem à população para ter mais cuidado com sintomas febris

O aumento do número de pacientes que acorrem às unidades sanitárias da província de Luanda com sintomas febris está a preocupar as equipas médicas, para que é necessário a população redobrar os cuidados, em especial durante a época toda de cacimbo.

Para o médico António Katandala, o perigo principal reside na automedicação que muitos pacientes fazem ao menor sinal de febre, uma atitude errada, pois os sintomas febris são sinais de anomalias no corpo e podem ser para qualquer doença.

“Muitos pacientes tomam analgésicos, como o Paracetamol, sem prescrição médica e, por isso, estão sujeitos a dar vazão a outras doenças. É preciso, antes de qualquer medicação, fazer um exame. Além disso, a automedicação pode gerar um falso resultado”, alertou.

Nesta altura do ano, em que se vive o cacimbo, informou, é preciso que as pessoas tenham mais cuidado, pois as gripes tendem a causar muitas dores de cabeça e, para aliviar o problema, os pacientes tendem a tomar medicamentos. “É importante, antes, de identificar os sintomas, realizar todos os exames possíveis, de forma a destacar outros tipos de doença, que acabam por se confundir com o paludismo”.

Cacuaco

A equipa médica do Hospital Municipal de Cacuaco registou, na semana finda, um aumento dos pacientes com sintomas febris, informou, ontem, a directora-geral da unidade. Anizeth Cutatela disse que é comum o hospital registar tais casos, mais reduzidos na época do calor e frequentes no cacimbo. O hospital, acrescentou, atendeu, na semana passada, 3.583 pacientes, dos quais 455 com malária, 55 com diarreia, 52 com hipertensão e 45 com doenças respiratórias agudas.

Cazenga

O Hospital Municipal do Cazenga atendeu inúmeros casos de pacientes com sintomas febris na semana passada, de acordo com o director clínico da instituição. O médico José Mário disse que as principais preocupações  foram os casos de malária, com um registo de 821 ocorrências, num total de 2.302 pacientes atendidos.

O director clínico do Hospital Geral dos Cajueiros no Cazenga disse que é comum a unidade registar casos de sintomas febris.

“Todos os pacientes com estes sintomas são submetidos aos exames necessários de forma a descartar qualquer patologia”, esclareceu Tomás Fernando. O médico destacou que, na semana passada, atenderam 4.138 pacientes com diversas patologias, com realce a malária (1.144).

Camama

O Hospital Geral de Luanda observou, na semana passada, 9.312 pacientes e internou 441 pessoas devido à gravidade dos casos, disse, ontem, o director clínico. Magalhães Sobrinho avançou que as principais patologias foram a malária (766), doenças respiratórias agudas (587), hipertensão (189), diarreia (143), tuberculose (39), Acidente Vascular Cerebral (27) e anemia severa (19). A área de Cirurgia, acrescentou, assistiu 372 pacientes com traumas, resultantes de quedas, 199 vítimas de acidentes de viação e 124 de agressão física.

Kilamba Kiaxi

Um total de 6.865 pacientes foi atendido, durante a semana passada, no Hospital Geral Especializado do Kilamba Kiaxi, informou, ontem, a directora clínica da unidade sanitária, Rosa André.

A médica adiantou que a área de Pediatria socorreu 748 pacientes nas urgências e 981 nas consultas externas, sendo as principais patologias a malária (195), doenças respiratórias agudas (194) e a diarreia (192). O serviço de maternidade, continuou, observou 605 mulheres e realizou 173 partos.

 Equipa médica quer maior atenção com as viroses do Cacimbo

O corpo clínico do Hospital Municipal  do Zango 2 pediu maior atenção dos pacientes com os sinais de febre muito comuns na época de cacimbo, devido ao aumento das viroses. O director clínico da instituição, Sebastião Senga, explicou que, na semana finda, foram atendidos 1.707 pacientes e destes, 1037 foram encaminhados para o Banco de Urgência, para o contínuo acompanhamento.

O hospital, disse, socorreu  515 pacientes com malária, 78 com doenças diarreicas agudas, 36 com problemas respiratórios agudos, 78 com gripe e 19 com hipertensão arterial.

Talatona

 O Hospital Municipal de Talatona observou nas urgências 588 utentes e dentre estes, 89 foram diagnosticados com malária, 29 com doenças respiratórias agudas, nove com diarreia, sete com doença do trato gastrenterologia, cinco com hipertensão arterial e quatro com infecção do trato urinário, informou, ontem, a chefe do Banco de Urgência.

Isabel dos Santos avançou que além destes pacientes, o hospital socorreu,  também,  270, crianças em pediatria, 210 adultos em clínica geral, 77 mulheres em ginecologia e obstetrícia com 18 partos realizados e 31 em ortotraumatologia.

Sambizanga

O Centro de Saúde do Sambizanga prestou assistência a 595 pacientes no banco de urgência, sendo 411 com malária, 49 com doenças respiratórias agudas e 28 com infecção do trato urinário, explicou, ontem, a direcção clínica. Augusta Chandicua disse que em pediatria foram atendidas 191 crianças, 159 em clínica geral e 279 nas consultas externas.

Samba

Três mil e 474 pacientes foram atendidos, na semana finda, no Centro de Saúde da Samba, sendo 797 no Banco  de  Urgência, revelou, ontem, a directora da unidade sanitária. Rosa Manuel explicou que dos pacientes socorridos 294 foram observados com malária, 90 com doenças respiratórias agudas, 65 com diarreicas agudas, 221 com febres e 28 com hipertensão arterial. Nas consultas externas, realçou, foram atendidos 157 pacientes em estomatologia, 125 em nutrição e 30 em psicologia.

Febres semelhantes com diagnóstico muito diferente

Com fortes dores de cabeça, tosse e gripe, Filomena João, de 45 anos, decidiu consultar um especialista em Saúde. “Há dois dias que venho sentindo dores musculares e muita dor de cabeça”, disse. A princípio, avançou, pensou que fosse malária, ou um mal estar passageiro.

Há dias sem tomar a medicação de hipertensão, para evitar, de acordo com ela, uma possível intoxicação por medicamentos, a paciente foi diagnosticada com a pressão arterial acima do normal. “Só tomo os medicamentos, quando sinto um aperto no coração ou os picos de pressão a subirem”, explicou, acrescentando que não tomou qualquer medicação para outras patologias antes de ter o parecer do médico.

Depois de consultado, o médico cardiopneumologista António Katandala, recomendou à paciente para manter a medicação regular, como forma a evitar alterações no quadro hipertensivo. “Ao primeiro sinal de dor de cabeça, é preciso procurar um profissional de saúde, especialmente as pessoas que já têm uma condição médica crónica”.

No caso da paciente, referiu, o facto de não ter tomado nenhum medicamento ajudou, uma vez que as febres são indícios de uma anomalia no corpo. “Pode ser qualquer coisa. Por isso, o aconselhável é procurar uma unidade de saúde, pode ser terciária, para saber o que se passa. Nunca devem fazer automedicação, mesmo em caso de febres”, lembrou.

Nesta época do ano, avançou, as doenças do fórum respiratórios são frequentes e nestas ocasiões o quadro clínico desta doença é frequentemente acompanhado de febre, às vezes muito intensas, assim como tosse. “Nos alérgicos pode ocorrer renites e quando isso acontece, o melhor é pedir ajuda médica urgente”.

 

Fonte: JA

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