A maioria das crianças que são vítimas de agressão física, seguida de queimaduras intencionais em várias partes do corpo, protagonizado pelos pais e familiares directos, podem acabar no mundo da delinquência juvenil, por perderem o medo das pessoas, devido aos maus tratos sofridos, referiu, ontem, em Luanda, a directora clínica do Hospital Especializado Neves Bendinha.
Antonieta Guilherme chamou, por isso, atenção aos progenitores para alertar que a queimadura dos membros não é a melhor forma de reeducar as crianças. Recentemente, adiantou, a unidade sanitária socorreu seis crianças, queimadas, supostamente, pelos pais.
A médica disse que as crianças queimadas correm o risco de crescerem com um trauma e, precisam de um bom acompanhamento psicológico, na medida em que muitos, acabam na delinquência, por perderem o medo.
“Uma criança habituada a ser maltratada, perde o medo, porque já passou por momentos difíceis”, explicou, além de pedir aos progenitores e familiares directos das crianças, no sentido de adoptarem outras formas de repreender os menores, evitando agressões físicas e queimaduras, que trazem outras lesões ou se tornar traumas.
Balanço
Dos 35 pacientes atendidos no fim-de-semana, no Banco de Urgência do Hospital Especializado Neves Bendinha, contou, 25 eram crianças. Desse número, seis menores tiveram de ser internados devido à gravidade das lesões. Entre as vítimas, houve dois casos de queimaduras derivado de gás butano, dois por petróleo e um por gasolina.
Malanje
Quatro membros da mesma família morreram carbonizados na madrugada de domingo, no bairro Nunda, na província de Malanje, devido às queimadas anárquicas numa lavra. As vítimas, de acordo com os dados do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros de Malanje foram uma mãe e três filhos, surpreendidos pelo fogo colocado na lavra por desconhecidos.
Fonte: JA