Durante 5 dias, 42 líderes cristãos de diferentes confissões religiosas participaram na Conferência Nacional de Liderança, promovida pelo International Leadership Institute (Instituto Internacional de Liderança), subordinada ao tema “Conhecendo os 8 pilares da liderança”.
Além de Luanda, participaram do evento que teve como facilitares os Reverendos MarioAman e KenRoach, dos Estados Unidos da América, Elsa Aurora Zunguze e Arlindo Simbine de Moçambique, líderes religiosos das províncias do Bengo, Cuanza Norte, Benguela e Uíge.
Em entrevista ao portal Arautos da Fé, Elsa Zunguze apontou como grandes desafios para para os líderes actuais a integridade e a multiplicação “que é aquele processo de treinar outras pessoas”.
A facilitadora, responsabilizou os líderes cristãos pelos problemas que a sociedade atravessa. Todo cristão, referiu, sabe que recebeu um comando. “O comando é ide formai e transformai as pessoas. Se as pessoas não estão a receber a formação que precisam receber, a culpa é dos líderes.”
Elsa Zunguze, observou que, com a formação em liderança, o ILI deseja mudar o curso da história.
Emanuela Gomes, uma das participantes, disse ao Arautos da Fé que uma formação em liderança é sempre oportuna “sobretudo quando estamos a falar de Deus” e relacionou os problemas que a sociedade vive com a falta de “bons líderes”.
“Sobretudo com a falta de Deus no coração. Os problemas que Angola vive, podemos dizer, que não devíamos estar a viver porque Deus já abençoou esta terra, possuímos riquezas naturais e sabemos que Deus deu o comando ao homem para controlar a terra”. Mas infelizmente, lamentou, “os corações dos homens são muito duros e ambiciosos”.
“Se tivéssemos líderes no governo com o pensamento em Deus e cristãos, muita coisa no nosso país poderia melhorar”.
A formação do ILI, sugeriu, deveria ser dada também a governantes, gestores e líderes de empresas. “É inconcebível que no nosso país por dia podem morrer 300 crianças e isso ficar como se nada fosse. Um país que possui riquezas tem hospital que carece de material”, notou e apontou que é consequência do facto da riqueza estar concentrada “em algumas pessoas”.
A Igreja, disse, tem um papel fundamental para a mudança de mentalidade.
António Lopes Kibalangoma, outro participante, destacou a importância do evento, sugeriu que deve ter datas “fixas” e deve ser levado a todas províncias de Angola.
Hoje, explicou, a sociedade vive problemas de vária ordem e a igreja não pode ficar indiferente.
Kibalangoma, que antes do evento não tinha “uma visão abrangente” sobre a visão, missão e o alvo de um líder, sai esclarecido e disseminar o conhecimento obtido durante a conferência.
ILI vai continuar a capacitar líderes cristãos
O responsável pelo ILI em Angola, Reverendo Adriano Kilende, disse ao portal Arautos da Fé, a margem da conferência, que o objectivo do instituto é capacitar líderes cristãos clérigos e leigos, para melhor servirem a Deus e a sociedade, bem como “acelerar a propagação do Evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo”.
Explicou que há 4 anos, o ILI, organiza anualmente eventos do género e tem estado a formar lideres em várias áreas. Para participarem nestas conferências, os interessados devem se inscrever “com antecedência” e algumas vezes a organização selecciona pessoas que precisam destas ferramentas.
O ILI, esclareceu o Reverendo, trabalha com os 8 pilares da liderança cristã. “O primeiro pilar é a intimidade com Deus. A integridade, a liderança visionária, evangelismo culturalmente relevante, o espírito Santo e o líder, prioridade a família e a multiplicação de líderes”.
Durante muito tempo, lembrou, a igreja tinha poucos líderes e muitos seguidores. “A ideia do ILI é muitos líderes e muitos liderados que vão ser potenciais líderes. Hoje o desafio é liderar líderes. Nós precisamos que todas as pessoas que passam por essa formação possam ser líderes para liderar outras pessoas.”
O instituto tem mecanismos próprios de acompanhamento dos formandos, informou. “A pessoa que faz o ILI, além do certificado passa a receber uma mentoria estratégica.”
Novos projectos
“Anualmente realizamos duas conferências, mas com os poucos recursos que temos é muito difícil reunir 42 líderes ao nível do país. Então organizamos essa primeira no princípio do ano e depois uma no segundo semestre e durante o ano vamos acompanhando a implementação desses pilares na vida desses líderes”. Entre setembro ou novembro poderá acontecer a segunda conferência.