No dia 3 de abril de 2021, a classe artística gospel angolana, estará reunida em assembleia para escolher o novo presidente da Associação dos Músicos Cristãos de Angola – Asso-Música. Bonito Félix Diogo, Destino Deves “Guy Destino” e Michelino Nsungani Ngombo “Michel Boaz”, candidatos à presidência da agremiação, já desenvolvem acções visando conquistar o eleitorado.
Com a campanha no adro, as redes socias têm sido o principal palco da disputa entre os concorrentes e seus apoiantes. Uma campanha, diga-se, que poderá acirrar divisões existentes na classe artística gospel, já muito fragmentada, se os candidatos e seus apoiantes enveredarem pelo “vale tudo” para chegar ao poder.
Sobre o futuro presidente da Asso-Música, recaí a responsabilidade de reparar erros cometidos na anterior gestão – que afastaram parte significativa dos artistas da associação, se não mesmo a maioria.
A herança é pesada, mas qualquer que venha vencer, pode suportá-la se não optar por carregá-la sozinho.
O momento é cheio de desafios e o actual estatuto da associação não responde a demanda. A sua revisão deve constar na agenda de prioridade dos três candidatos. É um imperativo para que a associação cresça e seja de facto um instrumento de defesa dos interesses socio-profissionais dos artistas gospel e de promoção e divulgação das artes evangélicas. Não interesses particulares, mas àqueles que trazem benefícios para todos.
A promoção da unidade da classe não deve/deverá de forma alguma ser confundida com a unidade em torno do pensamento do líder, sob pena de se quebrarem os elos ainda existentes.
Desenvolver, com parceiros, campanhas de educação para que os artistas percebam o papel da associação e se engajem no seu desenvolvimento, é de extrema importância, pois nenhuma associação pode crescer se os seus associados não participarem, quer por via do pagamento de quotas ou da feitura de outros serviços necessários.
Estreitar relações com outras organizações que tragam benefícios aos artistas gospel é prioridade, mas é importante que a futura direcção se abstenha das relações promiscuas – estas que normalmente se fortalecem em períodos eleitorais. Recordo que estamos em ano pré-eleitoral.
Melhorar a imagem da instituição, arranjar um escritório condigno, também são prioridades que os três devem tomar em conta.
O futuro presidente da Asso-Música não vai mudar o gospel, mas jogará para relevante, se quiser, para que este segmento de mercado se torne interessante e atraía investimentos. Já é hora dos artistas viverem do seu trabalho.
Não é demais lembrar aos candidatos que estão sob escrutínio dos artistas e não só.
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