Reacendeu, nas redes sociais, o “velho” debate sobre discriminação a feita a músicos gospel angolanos por produtoras de eventos e Igrejas.
Há algum tempo músicos nacionais vêm reclamando das condições que lhes são oferecidas quando convidados a cantar concertos, muito diferentes das oferecidas a músicos estrangeiros. Reclamam, que aos estrangeiros têm sido assegurado cachês em dólares, bilhetes de passagens (incluindo os membros de suas bandas), hospedagem nos melhores hotéis da cidade capital, algumas vezes passeios turísticos. A grande maioria dos músicos nacionais que participa em concerto que têm como figura de cartaz músicos estrangeiros, nada recebe senão a promessa de promoção da sua carreira. Por vezes nem mesmo o prometido transporte.
Outra reclamação que fazem, é que o camarim dos músicos estrangeiros normalmente é separado e com condições bem diferentes do camarim dos músicos nacionais, que normalmente asseguram tais concertos.
Num acto de solidariedade, nas redes sociais músico moçambicano Danny Timane, advogou a realização de concertos de grande dimensão só com músicos angolanos.
“Tem muitos jovens com música de qualidade e impactante e com seguidores” escreveu e apontou nomes como os Filhos do Ngana, Israel de Deus, Solange De Nery e Nsimba.
Na publicação, Timane refere que em 2013 começou (em Moçambique), “a dar valor” aos músicos de casa com a criação do projecto “Unção Sem Limites, que hoje é uma marca.
“Único jeito de Internacionalizarem a vossa música é primeiro darem valor aos músicos locais”, exortou.
Um músico gospel que preferiu não revelar a identidade, disse ao portal Arautos da Fé que o assunto voltará a ser abordado num encontro de músicos cristãos a ser realizado brevemente. Referiu que em meios restritos muito já se tem falado a respeito e contou que não faz muito tempo, artistas conhecidos abandonaram uma actividade por não aceitaram se submeter a um tratamento que chamou humilhante.
A fonte admitiu que a falta de união no movimento gospel, dificulta a tomada de uma posição comum, que no mais extremo dos casos, resultaria num boicote em bloco a eventos que não oferecem condições para os músicos nacionais.
Revelou que em privado muitos músicos reclamam do tratamento dado até pelas igrejas, mas receiam que reivindicações públicas sejam “mal encaradas” por pastores que chegam a ter influência sobre as produtoras e comecem os bloqueios.
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