Além de mulherengos, a maioria dos cantores que existe não anda sob a autoridade do seu pastor, “são mais comerciantes que outra coisa”, afirmou o pastor Alberto Kambuembe durante um debate ontem, domingo (26.02), no programa Harpa da Rádio Escola.
Cantam bonito porque ensaiam, mas não têm a presença de Deus, realçou.
Ainda durante o debate conduzido por Luís Capoco e que abordou o tema “É licito o músico cobrar a Igreja para cantar”, o pastor advertiu os cristãos a terem cuidado com o mercantilismo “nas coisas de Deus” e disse que da mesma maneira que Jesus xotou os “vendelhões”, também vai xotar músicos e pastores comerciantes.
O músico e produtor Jaime Chakale, afirmou que músicos têm sido utilizados para ocupar espaço livre na Igreja e alertou que não é para isso que a música existe. “A música existe para louvar a Deus”, sublinhou.
O músico aproveitou a ocasião para reprovar certo tratamento discriminatório de algumas entidades promotoras de eventos com músicos angolanos. Disse ser necessário acabar com o que chamou “mania”, quando os músicos estrangeiros chegam a Angola lhes são pagos cachês e aos angolanos que participam no mesmo evento nada lhes é oferecido. “Essa brincadeira tem de parar”, rematou.
O músico Kapakata que no debate não conseguiu assumir se cobra ou não para cantar na Igreja, disse que não há instituição que trabalhe sem dinheiro e que o seu trabalho tem custos. A Igreja, o músico pediu que passe a reconhecer o “esforço dos seus filhos”.
Missionário Levy, outro músico que participante no debate, assegurou que pastores também cobram cachês, mas o fazem de forma dissimulada.
Apesar de não concordar com a forma como os músicos têm sido tratados pelas Igrejas, garantiu que vai continuar a “correr o risco” de não cobrar cachês às Igrejas.
“Vou correr o risco de receber as gratificações de três mil, quatro ou cinco mil. Ainda tenho a capacidade de cobrir isso”.
Aos pastores, pediu que da mesma maneira que tratam outros pastores convidados, passem a tratar os músicos gospel que não cobra cachê.
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