Existe déficit, espiritual como técnico, na música feita no país e faltam críticos para para ajudarem a melhorar a música gospel angolana, disse neste domingo, 12, a cantora Conceição Catuquesa do Ministério Adorando Sem Limites, durante um debate no programa Tempo Santo da Rádio UNIA.
No debate conduzido por Adilson Alexandre, a cantora manifestou a sua tristeza com a qualidade de muitas composições “actuais”, que no seu entender não respeitam as técnicas de composição.
As maiores músicas de louvor e adoração que ainda são ouvidas, lembrou, têm séculos e não foram feitas da noite para o dia.
Aos Pastores, pediu que compreendam que a música é uma “arma poderosa” para ensinar e recordou que os reformadores entenderam que a música era um meio “completamente eficaz” para ensinar a Palavra.
O músico Laurindo Marinho, da banda Geração Eleita, destacou no debate a evolução da música gospel angolana e referiu que “estamos numa era” em que as mentes estão mais críticas e, os músicos devem “esforçar-se” mais para serem excelentes.
Lamentou, que ainda existe “um princípio rudimentar” em certas pessoas “que pensam” que podem caminhar “como bem querem ou bem entendem”. Disse ainda, que a qualidade de muitas músicas, reflecte o “nível de fé” dos seus fazedores.
O músico denunciou que Pastores há, que preferem convidar músicos que estão a “bater”, ainda que “não cantem nada, não tem Palavra, escrevem atoa”. Os músicos que estão a fazer sucesso nas grandes igrejas são aqueles que não têm conteúdo, deplorou.
Edna Zuritchia do Projecto Adoração Sem Limites e Parceiros do Céu, disse que “as vezes” se faz uma desassociação da música gospel “àquilo que é a realidade do Reino de Deus”.
A música gospel é arte, reconheceu, mas, alertou, que serve para atingir as pessoas que fazem parte do Reino de Deus e outras que podem vir a ingressar.
A cantora evidenciou a existência de rivalidades entre músicos, apesar destes dizerem que são mensageiros Cristo, Àquele que deu a maior prova de perdão, amor e comunhão. “Não conseguimos transmitir isso na música gospel”, observou.
Falando da qualidade das composições, apontou para o orgulho de certos músicos, que os impede procurarem por compositores evangélicos afim de melhorarem os seus trabalhos.
Outro participante do debate, Márcio Massoxi da banda Ao Som da Graça, lamentou que “as pessoas” estejam dispostas a consumir “determinado talento” mas, não investem nele.
Realçou que o grande papel do músico é servir a Igreja, mas exortou, os que tiverem “bons trabalhos”, devem apostar na sua divulgação. Até Jesus Cristo preocupou-se em fazer com que mais pessoas ouvissem a sua mensagem, referiu.
Wilton Chalo, Parceiros do Céu, destacou a dificuldade de algumas pessoas aceitarem críticas que visam melhorar o trabalho e disse que os criticos acabam ficando rotulados como sendo invejosos.
Ainda assim, defendeu a necessidade de se “levantar um elenco” de pessoas críticas.
Afirmou que nem todas as canções que os músicos fazem são para “dar louvor, adoração plena a Deus” e considerou ser necessário separar músicas que para louvar a Deus e das que são para o fortalecimento pessoal.
Gil Lucamba “Esanju” jornalista do portal Arautos da Fé, afirmou na ocasião que existem púlpitos com pessoas sem perfil apropriado para ensinar e que os músicos deveriam trazer algum ensinamento para complementar com as suas músicas.
Os músicos são professores e por via da música levam muitos ensinamentos, referiu, acrescentando que levam lá onde os pastores não consegue levar.
De acordo com o jornalista, a falta de visão das lideranças cristãs, relegou para as produtoras a missão de investir na música gospel, que na maior parte, têm apenas a visão comercial.
Emanuel Coupastor,do grupo Filhos do Ngana, sublinhou que a maior responsabilidade em garantir a qualidade está com os músicos, mas realidade financeira, faz com que, nem todos consigam oferecer a qualidade sonora desejável.
A excelência ou qualidade está associada ao dinheiro, reforçou e disse “nunca” haverá “grandes” actividades se não houver dinheiro.
Por outro lado, notou o músico, tal como existem pastores para todo tipo de ovelhas, existem músicos para todo tipo de ouvintes.
A finalizar, recomendou a leitura de Salmos 4:5, particularmente aos músicos.
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