Todos os angolanos que desviaram bens do erário devem se arrepender e devolver os mesmos para beneficio do povo, afirmou neste Domingo em Catete, município de Icolo e Bengo, o líder espiritual da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo, Dom Afonso Nunes.
De acordo com o líder religioso, Angola atravessa um momento importante, bem como o continente africano e, neste contexto, como seres humanos devem fazer uma reflexão profunda do quanto o povo foi prejudicado com certas acções levadas a cabo com os desvios do erário. Afonso Nunes proferia a homilia no culto alusivo ao 84º aniversário da teofania (encontro do profeta Simão Toco com Deus em Catete) que se assinala a 17 de Abril.
Para o bispo Tocoista é necessário que todos vivam em união e entendimento para a construção de uma Angola nova e com outras mentalidades. “É preciso que haja arrependimento da má trajectória que o país teve, e pensamos que aquele que tira aquilo que não é dele, no bom senso, quando o dono pede deve devolver e é isso que temos que fazer”, sublinhou.
Referiu que a Igreja Tocoista apoia a luta levada a cabo pelo Presidente da República, João Lourenço, contra a corrupção, nepotismo e bajulação, apesar de considerá-la difícil, mas dignificante. Afonso Nunes é de opinião que Angola não pode entrar no estado de pobreza em que está e isso implica uma mudança de paradigma na forma de governar, onde impere o diálogo entre os membros do Executivo e o povo.
Considerou ser “um perigo quando existe um muro entre os dirigentes e povo, onde há falta de contacto entre os governantes e os governados”.
Entretanto, o director provincial de Cultura e Desportos, Manual Sebastião, afirmou que o santuário de Catete deve ser classificado como património nacional e imaterial.
Referiu ser este um local histórico onde o profeta Simão Toco recebeu o sinal para iniciar uma trajectória de lutas e vitórias, por essa razão o mesmo não é só dos tocoistas, mas de todos os angolanos.
Por seu turno, o deputado da UNITA Rafael Savimbi considerou que os 84 anos da teofania é um momento impar da história de Angola.
Realçou a dimensão humana e patriótica do profeta Simão Toco, porque os africanos como actores da história do continente são os que devem escrever a mesma. “Simão Toco é um personagem que na galeria dos heróis africanos é um homem que também tem que entrar, porque também participou e deu tudo na sua vida para o continente fosse livre”, sublinhou.
Encorajou, na ocasião, a igreja, para continuar a praticar o amor e a caridade entre os angolanos, pois se quer uma Angola melhor, onde impere a concórdia e a justiça .
Assitiram ao culto, de acordo com dados fornecidos no local à imprensa, para além de entidades politicas e religiosas, um milhão e 700 fiéis. A Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo no Mundo foi fundada a 26 de Julho de 1949 pelo profeta Simão Toco e está implantada em vários países dos continente africano, europeu, América Latina e asiático.
Fonte: OPaís