A maior parte dos angolanos não tem o hábito de planificar e gerir as suas finanças, afirmou Arsénio Satyohamba ao Arautos da Fé, a margem de um workshop que decorreu no último sábado, na casa da Juventude de Viana, em que foi um dos oradores.
O economista, afirmou que de forma geral, os angolanos não fazem planos, “executam brutamente e vivem de uma economia da sorte”. “No final do mês vão ver epa, sobrei com isso…, tenho isso…, afinal não gostei tanto. E é mau.”
O problema, disse, é de “fórum psicológico”, mas sublinhou, “não quer dizer eles têm problemas mentais, mas é problema do tipo ansiedade”.
“São pequenos problemas que definimos como a síndrome da ilusão orçamental. Os angolanos iludem-se orçamentalmente, quer dizer, criam visão orçamental e acabam por criar estratégias financeiras como fazer dívidas para pagar despesas de desejos, despesas de necessidade, as vezes gastam mais em desejos do que necessidade.”
Segundo Satyohamba, o problemas requer “intervenção cirúrgica”, que deve começar nas crianças. Passar a educação financeira na base, as crianças e jovens, ensina-los como gerir. Melhor é que o problema já foi diagnosticado.”
Sinais que identificam o problema
O especialista apontou alguns sinais que devem ser observados. Quando uma pessoas, vai ao multicaixa e não sabe quanto é que tem, pensava ter 50 mil, afinal tem 20, ali há “um problema”, observou.
“Quando tens dinheiro e nem sabes quanto é que tens no geral, não sabes quanto é que vales, quanto valem os teus bens, quanto valem os teus activos, ali temos um problema grave. Esse é o problema posso, dizer, de 90 % dos nossos irmãos angolanos. Muitos vão se libertando, outros vão continuando mas, o melhor mesmo para superar isso é planificar, organizar, orçamentar, gastar conforme planificado.”
Explicou que haverá sempre um diferencial entre o planificado e o executado, “mas que não deve ser acima de 15%”.
Pessoas com poucos recursos podem poupar
Arsénio Satyohamba, referiu na entrevista, que as pessoas não devem planificar só para fazer poupança, têm de planificar as finanças para criar estabilidade financeira ou para criar riqueza.
“E há um instrumento. A poupança é a espinha dorsal disso tudo. São os fundos de investimento. Nós pessoas temos de ter já a mentalidade de investir com pouco dinheiro.”
Para se fazer poupança disse, é necessário que se criem objectivos. “Quero fazer uma poupança para comprar um táxi, é uma poupança com objectivo, é fácil de fazer. Não vais escamotear a poupança no percurso. Se nós dizermos quero comprar uma casa, me casar é poupança objectiva.”
Aconselhou as pessoas que desejam se educar financeiramente a evitarem gastos com coisas desnecessárias.
O workshop foi organizado pela Nakenis.08 com os seus parceiros Sanjuka Produções, DodoWorldMusical.
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