O templo foi erguido na margem do rio Kukala. As casas são edificações de tijolos feitos de argila transformada em altas temperaturas. A configuração arquitectónica é ímpar, por isso, há empenho no sentido de transformá-la num património nacional.
Erguida numa zona coberta de árvores de vários tipos, com maior predominância para mulembeiras do tipo lussolo, o Templo de Kukala, com capacidade para 900 pessoas, é atractivo pela sua configuração arquitectónica. Por esse motivo, a direcção da Igreja Evangélica Sinodal de Angola desenvolve esforços junto do Ministério da Cultura para o inscrever como património nacional.
“De facto, já se pensou na possibilidade de apresentar a candidatura, mediante os procedimentos adequados, para que o Templo de Kukala seja inscrito como património nacional. Falta apenas a sua concretização. Vamos trabalhar neste sentido, junto das autoridades competentes”, disse o presidente da denominação, reverendo Dinis Eurico.
Solicitado a debruçar-se sobre o surgimento da denominação, disse que quis Deus, “nos seus insondáveis planos”, que a primeira estação fosse fundada na margem do rio Kukala, na altura aldeia de Caluquembe, aos 30 de Novembro de 1897, por Héli Chatelain.
Os carros em que Chatelain e colegas se faziam transportar , propriedade de fazendeiros alemães da região, fizeram uma paragem forçada em Kukala pela difícil marcha em terrenos bastante acidentados. Héli Chatelain e os colegas não previam que aquela forçada paragem fosse ser definitiva, começando o que é hoje conhecida como Igreja Evangélica Sinodal de Angola.
De lá para cá, reconheceu Dinis Marcolino, a caminhada foi longa, com muitos avanços e alguns recuos, próprios de uma marcha complexa como “a nossa.”
Transformações
A fundação da Igreja Evangélica Sinodal de Angola no município de Caluquembe (196 quilómetros a norte da cidade do Lubango), província da Huíla, no longínquo ano de 1897, confunde-se com a história da circunscrição, que em Novembro do ano passado celebrou 121 anos de existência.
Implantação no município
O administrador municipal de Caluquembe, José Arão Nataniel Chissonde, disse que os 121 anos da fundação da Igreja Evangélica Sinodal de Angola têm um significado histórico, que marca e se confunde com a origem e a história do município.
De acordo com José Arão Nataniel Chissonde, a IESA, fundada há 121 anos, surgiu em Caluquembe antes da elevação da circunscrição à categoria de município. “Por isso, tem uma idade ou superior relativamente ao município e não se constitui apenas como sendo uma instituição religiosa, que apenas prega e leva a palavra de Deus.
É também uma instituição de fim social, cujos resultados são visíveis, tangíveis e podem ser mensuráveis”, disse, acrescentando que os resultados são notáveis em todos os recantos do município.
José Arão destacou que o trabalho positivo atingido só foi possível por haver líderes comprometidos, empenhados e, por isso, “queremos aqui nesta liderança, destacar o papel do reverendo Dinis Marcolino, presidente da denominação.”
“As instituições por si só não crescem. Crescem se tiverem bons líderes. Temos muitas instituições, mas que são só de nome. Mas quando temos um bom dirigente, as instituições avançam”, disse, destacando o fruto do trabalho na formação técnica de enfermagem, que serve também a comunidade.
“Hoje, ao nível da sociedade em geral, há muitos desvios das normas, do padrão de vida, das vivências, da camaradagem, fraternidade e irmandade. Perderam-se muitos valores. E só podemos resgatar isso, se tivermos homens comprometidos e a trabalharem a custo zero, sem terem em conta o que vão ganhar. Apenas com a missão de servir”, disse.
Técnicos lançados do mercado
José Arão Nataniel Chissonde disse que anualmente têm sido lançados no mercado de trabalho técnicos de saúde e quadros formados pelo Instituto Bíblico. Acrescentou que os quadros formados pela IESA têm um duplo papel, porque além de serem formados como enfermeiros, têm uma formação bíblica, o que tem um significado ímpar, pois além de assistirem o paciente com fármacos e meios médicos ou medicamentosos, também trabalham a vertente psicológica do doente.
A escola missionária tem também o aspecto do amor ao próximo, porque se cuida do paciente como se se estivesse a cuidar de si próprio.
Fonte: JA
Foto: Ed. Nov.