Ao longo de 20 anos pastores, diáconos, pastores e professores terão feito 700 vítimas. Mais de duas centenas dos abusadores foram acusados e 90 ainda cumprem pena de prisão.
A Igreja Baptista do Sul, nos Estados Unidos da América (EUA), terá 380 líderes e voluntários envolvidos em abusos sexuais, desde 1998, revela uma investigação citada pela CNN. Os abusadores terão feito ao longo dos últimos 20 anos mais de 700 vítimas.
Segundo a CNN, que cita o trabalho dos dois jornais texanos, algumas das vítimas foram obrigadas a abortar e outras a perdoar os agressores sexuais, mantendo as rotinas religiosas junto da congregação baptista. Entre os abusadores encontram-se pastores, diáconos, professores e voluntários.
Dos 380 homens detectados pela investigação, 220 foram acusados de crimes sexuais ou chegaram a acordo com as vítimas. Dos 220, 90 estão ainda a cumprir pena de prisão e 100 fazem parte do registo norte-americano de abusadores sexuais.
O presidente da congregação religiosa, J.D. Greer, não respondeu às questões colocadas pelos jornais norte-americanos mas, numa série de tweets, considerou as acusações como “pura maldade” e garantiu que “a segurança das vítimas é mais importante do que a reputação da igreja”. Para J.D. Greer, a Igreja Baptista do Sul deve “mudar a forma como previne o abuso, cooperar totalmente com as autoridades e agir no plano teóricos para melhorar o sistema”.
A Igreja Baptista do Sul reúne 47 mil igrejas autónomas que não estão organizadas numa estrutura hierárquica. Ainda assim, o porta-voz da organização, Sing Oldham, garante que “as igrejas têm sido chamadas a relatar às autoridades todas as suspeitas sobre abusos sexuais”, acrescentando também que “têm sido criados recursos para as igrejas protegerem da melhor forma os seus fiéis”.
Em 2015, a Igreja Baptista do Sul registava mais de 15 milhões de membros, tornando-se assim a maior igreja baptista do mundo e a maior confissão protestante nos EUA.
A investigação do The Houston Chronicle e do San Antonio Express-News, citada pela CNN, analisou documentos dos tribunais federais e estaduais dos Estados Unidos, bem como registos de estabelecimentos prisionais e documentos oficiais oriundos de 20 estados norte-americanos e ainda os registos nacionais de abusadores sexuais.
Fonte: Observador
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