A Suprema Corte do Paquistão rejeitou um recurso contra a absolvição de Asia Bibi e confirmou sua liberdade nesta terça-feira (28), após dez anos no corredor da morte sob acusação de blasfémia contra o Islão.
“Com base no mérito, este recurso foi rejeitado”, disse o juiz Asif Saeed Khosar durante a audiência.
Bibi foi condenada à morte em 2010, mas foi absolvida pela Suprema Corte em outubro de 2018. Após a petição de muçulmanos extremistas ser negada, a cristã está livre para deixar o Paquistão e procurar asilo. Duas de suas filhas já estão no Canadá.
A decisão foi celebrada pela Release International, organização que apoia cristãos perseguidos no mundo e actuou activamente na campanha de Bibi. “Estamos muito contentes que a Suprema Corte tenha se mantido firme em relação à sua decisão corajosa”, disse o presidente-executivo Paul Robinson.
Robinson pediu ao governo do Paquistão para garantir a segurança de Bibi, proteger a minoria cristã contra as represálias da população e monitorar casos de violência. Ele também pediu que a Justiça paquistanesa revise os casos de outros prisioneiros que foram presos por blasfémia.
“Segundo parceiros no Paquistão, há 218 outros cristãos que ainda enfrentam acusações de blasfémia — um número desproporcional de acusados. Quando eles são acusados, indivíduos, famílias e comunidades inteiras enfrentam a violência nas mãos de guardas”, observou Robinson.
A Associação Cristã Paquistanesa Britânica acredita que nove entre dez paquistaneses ainda consideram Asia Bibi uma blasfema, o que pode torná-la um alvo para assassinato.
“No caso Asia Bibi, a Suprema Corte revelou o que a Release tem dito há anos, que as acusações de blasfémia podem ser maliciosas e baseadas em mentiras, simplesmente para acertar as contas”, revelou Robinson.
A Portas Abertas também celebrou a decisão da Suprema Corte do Paquistão. “Estamos muito felizes que a justiça tenha prevalecido e estamos orando para que isso preveja uma nova era de direitos iguais para os cristãos e outras minorias religiosas no Paquistão”, disse a porta-voz da organização no Reino Unido, Zoe Smith.
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