Instituições marginalizam Associação dos Músicos Cristãos

O  presidente da Associação dos Músicos Cristãos de Angola, expressou a sua tristeza com o facto de algumas instituições marginalizarem a associação que dirige quando tratam de assuntos relacionados a música gospel.
Associação dos Músicos Cristãos de Angola
Para Paulo Paz, que abordou o assunto numa entrevista que concedeu ao portal Arautos da Fé, as instituições “todas” têm de perceber que no mundo actual são as associações que congregam os profissionais. Para ilustrar, disse que quem deseja falar da história da batata chama a associação dos camponeses e não um camponês que nem está enquadrado na Associação dos Camponeses. “Esse não está autorizado.”
Questionado sobre se tentou dialogar com tais associações para ultrapassar a situação, respondeu que já, mas “por saberem que é da Igreja”.
Na referida entrevista, o líder associativo, revelou que quando a TPA cessou o contrato de gestão do Canal 2 que tinha com a empresa Semba Comunicação, a Asso-Música remeteu à TPA  uma proposta para a produção de um programa de música gospel.
“Nos mandaram trazer o programa piloto, levamos o programa piloto, ah, porque nós não aprovamos isso.” Explicou Paulo Paz, que mais adiante disse que a TPA é que tem as condições, “tinha que nos filmar. Nós levamos as ideias, levamos o pessoal. Posto lá, pusemos essas ideias todas, epa, TPA 2 está a vir nos dizer, pelo vice Director que é o Botelho, que nós não temos condições de vos produzir, se vocês quiserem vão procurar produzir numa produtora e depois passem a nos trazer a maquete para nós arranjarmos o espaço para vos pormos no ar.”
Setecentos mil kwanzas por programa, foi o montante solicitado pela produtora, o que segundo o presidente da Asso-Música, está muito além das suas capacidades. “O programa é para passar aos domingos. Durante um mês são 4 domingos. Em 4 domingos setecentos, setecentos, nós como Associação vamos tirar isso aonde? Questionou e recordou, que pessoalmente, durante um encontro de ascultação as associações, tinha apresentado a preocupação da sua associação ao então candidado do MPLA, João Lourenço, de ter um programa gospel na televisão pública.
“João Lourenço garantiu-me que estaria em condições de fazermos o programa. Posto na TPA estão a me dizer cada programa setecentos mil kwanzas.”
Ainda na entrevista, Paulo Paz, aventa a possibilidade de o músico Guy estar a fazer contactos para passar a apresentar um programa de música gospel, que entende, deveria ser da responsabilidade da associação.
“O quê que eles agora estão fazer, passam a perna a Asso-Música, nos põe estes preços tão altos que agora já estou a ouvir um zum zum… Até nos mandaram arranjar um apresentador do programa. Chamamos o Bambila, conversamos com o Bambila e tal. O Bambila como é muito amigo do Guy Destino, falou ao Guy Destino que a TPA quer passar o programa à Asso-Música. Posto ali, agora parece que o Guy Destino andou lá a fazer uns contactos, agora estou a ouvir dizer que quem vai passar a fazer o programa é o Guy Destino. Mas onde é que já se viu num país deste, um artista individual fazer o programa!
Ainda sobre a TPA, o presidente da Asso-Música lamentou, que quando aborda algo ligado a música gospel, não comunicam a associação. “Então está a se falar do gospel, epa quem está a acompanhar isso é a associação. Quem é o legítimo, legal, que responde sobre isso perante o Estado, é a associação.”
 
Clique para ler a entrevista:

ASSO-MÚSICA PODE PASSAR À ÓRGÃO REGULADOR DA ARTE GOSPEL

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