Asia Bibi, que passou a maior parte dos últimos oito anos em prisão solitária, foi condenada depois de ter sido acusada de insultar o profeta Maomé numa altercação com as suas vizinhas. O grupo alega que aconselhou Asia a converter-se ao islamismo e que em resposta ela fez três comentários ofensivos sobre Maomé. Asia negou sempre esta versão da história.
Uma mulher cristã condenada à morte no Paquistão por blasfémia foi, ontem, quarta-feira, absolvida depois de ganhar o recurso que apresentou. Asia Bibi foi condenada em 2010 depois de ter sido acusada de insultar o profeta Maomé numa altercação com as suas vizinhas. Apesar de se dizer inocente, passou a maior parte dos últimos oito anos em prisão solitária.
A segurança na capital, Islamabade, foi apertada por receio que a decisão cause surtos de violência. Os religiosos mais ortodoxos pediram aos seus fiéis que fossem para as ruas contestar a decisão. Os críticos afirmam que as leis rígidas sobre blasfémia no Paquistão têm sido frequentemente usadas como vingança em disputas pessoais e que as acusações são baseadas em provas frágeis.
O caso de Asia ganhou maior destaque quando o governador regional Salman Taseer, que apelou ao seu perdão, foi assassinado numa praça pública da capital pelo seu próprio guarda-costas. O assassino foi condenado à morte mas continua a ser um herói para muitos.
TUDO POR CAUSA DE UM COPO DE ÁGUA
O caso remonta a Junho de 2009 quando Asia Bibi, que tem quatro filhos, estava a apanhar fruta em Sheikhupura com um grupo de mulheres. Estas acusaram-na de ter usado um copo para beber água de um poço que elas já não poderiam usar porque a fé de Asia o tornara impuro. O grupo alega que aconselhou Asia a converter-se ao islamismo e que, em resposta, ela fez três comentários ofensivos sobre Maomé.
Mais tarde, Asia foi espancada em sua casa e as suas acusadoras alegam que, nessa altura, confessou a blasfémia. Após uma investigação policial, Asia foi presa, apesar de ter afirmado sempre que não dissera nada de blasfemo na troca de palavras com as vizinhas nem confessara tê-lo feito.
Fonte: Expresso
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