A ministra da Cultura, Carolina Cerqueira, apelou às comunidades e as famílias angolanas para denunciarem os falsos profetas, que não passam de promotores da desordens e da falta de harmonia social, aproveitando-se de certas situações para ludibriar o próximo.
A responsável, que falava ontem durante a XXI Sessão do Conselho Nacional da Família, em alusão ao Dia Internacional da Família, apelou às comunidades e às famílias angolanas para que denunciem os falsos profetas.
“São normalmente autoproclamados pastores, sem qualquer formação teológica, que se juntam em associações de carácter ilegal e muitas vezes para ludibriar o próximo. Esta atitude nada tem a ver com a crença religiosa, nem com o auxílio ao próximo”, disse.
Segundo a responsável, esses profetas têm como objectivo extorquir e enganar com falsas promessas de cura, enriquecimento fácil, sucesso profissional e, muitas vezes, recorrem a práticas de feitiçaria e que ferem a moral e a ordem pública.
Pelo facto de a religião ser usada instrumentalmente com o objectivo de enganar pessoas vulneráveis e necessitadas de apoio espiritual, a ministra pede que as famílias denunciem esses falsos profetas, de forma a que tanto o Estado, quanto a sociedade, se juntem e combatam este mal que ameaça a coesão social, a soberania e os interesses superiores nacionais.
“Temos um grande problema social que está relacionado com a quebra de valores morais e que prejudica seriamente a coesão social. Trata-se da proliferação de denominações religiosas que surgem supostamente para contribuir para a harmonia social, mas, de facto, muitas delas são usadas para o enriquecimento enriquecimento ilícito dos falsos profetas”, reclamou.
Perda de valores
Explicou que os tempos conturbados de crise económica e social que vivemos trazem à luz do dia uma série de atropelos a regras morais de modo que se pode considerar que vivemos num período de agudização dos problemas sociais.
A ministra disse também que os valores estão em crise na nossa sociedade, principalmente os relacionados com a preocupação e o respeito pelos demais, que hoje são atropelados por pessoas de várias faixas etárias, num grande esforço de promoção do individualismo e do egocentrismo.
Igualmente a solidariedade social, outro valor que com a actual crise económica e social tem vindo a decrescer. As pessoas estão cada vez mais a esquecer-se dos mais necessitados e vulneráveis.
Não deixou de referir a corrupção como um mal que precisa de ser combatido por todos e por cada um no seu posto de trabalho e a todos os níveis.
Fonte: OPaís