O comité executivo do CMI “apela urgentemente a todos os membros responsáveis da comunidade internacional para que forneçam assistência humanitária adequada para sustentar as vidas das pessoas afetadas por esta catástrofe e se envolvam assertivamente pelo fim da violência, pela responsabilização pelos crimes de guerra e crimes contra a humanidade cometidos pelos combatentes”, e que contribuam para uma “paz sustentável no país”. Este organismo convida todas as igrejas membros do CMI e parceiros ecuménicos e inter-religiosos a “orar, falar e agir pela paz e justiça para o povo do Sudão”, e recorda que uma delegação ecuménica internacional esteve de visita ao Sudão no passado mês de abril, um momento que se constituiu como “uma importante expressão de solidariedade com as igrejas e o povo sofredor do Sudão”.
Na declaração, o comité executivo do CMI começa por recorrer a um relatório do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), que mostra que “após anos de crise prolongada, o Sudão mergulhou num conflito de escala alarmante em meados de abril de 2023, quando combates ferozes entre as Forças Armadas do Sudão (SAF) e as Forças de Apoio Rápido paramilitares (RSF) eclodiram inicialmente na capital Cartum, mas rapidamente se expandiram para outras áreas”.
Este conflito “resultou em números muito altos de vítimas civis, danos extensos à infraestrutura e instalações críticas, bem como deslocamento em larga escala, com mais de 11 milhões de pessoas forçadas a deixar as suas casas em busca de segurança dentro e fora do Sudão”. Os deslocados deste e de outros conflitos anteriores fazem com que atualmente este país enfrente a “maior crise de deslocamento interno do mundo e a crise de deslocamento infantil mais significativa, com mais de três milhões de crianças deslocadas dentro e fora do país”. Este cenário “desencadeou uma grave crise de fome que afeta milhões de pessoas em todo o Sudão”.
À fome soma-se “um surto alarmante de cólera, bem como dengue, sarampo e malária”. Além disso, o conflito e a fome colocam as mulheres e as meninas sob “risco aumentado de violência de género e violência sexual, exploração e abuso”.
O comité executivo do CMI lamenta, por isso, que atualmente os combates entre as SAF e as RSF continuem “inabaláveis, sem qualquer intervenção significativa da comunidade internacional e até mesmo encorajados por alguns Estados através do fornecimento de armas aos combatentes”.
Fonte: 7MARGENS – jornal digital de religiões, espiritualidades e culturas
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