Seiscentas crianças e adolescentes especiais beneficiaram, sábado, de consultas de rastreio de perturbações do neurodesenvolvimento, durante uma Feira de Saúde, realizada no Hospital Pediátrico David Bernardino, em Luanda, informou uma das responsáveis pela actividade, Angélica Cecílio.
A médica pediatra disse que a feira, uma iniciativa da organização Kandengues Care , em parceria com a Sociedade Angolana de Pediatria e o Hospital Pediátrico David Bernardino, permitiu o rastreio de patologias do neurodesenvolvimento, como perturbações do espectro do autismo em crianças e adolescentes.
“Recebemos crianças especiais que nunca tiveram acesso a um profissional de saúde, pediatra, neurologista, neuropediatra, terapeuta ou um psicólogo”, referiu, acrescentando que mais do que rastrear, as mães dos menores receberam apoio integral e medicamentos, assegurando que as progenitoras, foram orientadas a prestar atenção ao acompanhamento das crianças, mediante o cumprimento das prescrições médicas.
Angélica Cecílio explicou que 55 profissionais de saúde de diversas especialidades estiveram envolvidos na actividade de consulta às crianças, um número que superou as expectativas dos responsáveis do Hospital Pediátrico de Luanda.
” Inicialmente julgamos que o número podia ser reduzido porque a ideia era atender até 150 crianças, mas até ao meio dia já tínhamos mais de 600″, disse a médica.
Os pacientes, esclareceu, depois da triagem, foram consultados pelo pediatra que fez o diagnóstico e de seguida encaminhados aos médicos especialistas em Neurolopediatria , Terapia de Fala , Ocupacional , Otorrinolaringologia e Oftalmologia e Psicologia .
“Depois do rastreio, muitas crianças foram atendidas nas áreas de neurologia, neuropediatria, terapia da fala, ocupacional, otorrinolaringologia e oftalmologia e psicologia”, afirmou Angélica Cecílio .
Em relação ao seguimento dos menores, explicou a médica pediatra, muitas mães têm as consultas marcadas e para desafogar a lista de espera dos hospitais, foi a iniciativa dos rastreios em feira da Saúde.
Pacientes
Zónia Cardoso aproveitou a oportunidade para levar o filho de seis anos, autista, à consulta. A mãe disse que o menor sempre recebeu o apoio de um neurologista e psicólogo, mas teve de interromper as consultas durante a pandemia da Covid-19, em 2024.
“Desde os três anos que é acompanhado no Hospital Municipal de Cacuaco, mas chegado o momento de ir à escola, os médicos aconselharam a fazer terapia da fala. Sempre teve o acompanhamento de especialistas, mas tive de interromper por causa da Covid-19 “, disse, acrescentando que com o passar do tempo, a criança foi se tornando cada vez mais agressiva, hiperactiva e com vários episódios de estresse.
Outra beneficiária foi Cristina Santos que levou os dois filhos autistas, de nove e cinco anos de idade, à consulta. De acordo com a mãe, os menores já têm sido acompanhados por um especialista.
“Na fase da pandemia, tive um problema de saúde e, então, parei com os tratamentos dos meus filhos, por isso aproveitei essa oportunidade, porque o autismo não é uma doença e sim uma condição, daí que, é importante os pais não abandonarem os filhos”, disse.
Fonte: JA
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