O elevado número de Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC), que se regista nos últimos anos no Hospital Central António Agostinho Neto, no Lubango, preocupa a direcção da unidade sanitária, que coloca a doença entre as principais causas de mortes.
Maria Lina Antunes considerou necessário se investir mais nesses doentes, que chegam até à unidade hospitalar em situações graves. “Estes pacientes devem ter um acompanhamento específico numa sala com o apoio de técnicos de fisioterapia, para reduzirmos o número de mortes e sequelas”, disse.
Em relação ao número de pacientes com cancro, a unidade sanitária atendeu, até Dezembrodo ano passado, um total de 2.196 doentes, em especial com cancro da mama e do útero, em mulheres, e da próstata e do fígado, em homens. “Nos últimos anos, temos vindo a diagnosticar, também, casos de cancro cerebral em crianças, adolescentes, jovens e adultos”, revelou.
Em função disso, acrescentou, o Hospital Geral do Lubango está a fazer um investimento em parceria com o Hospital de Coimbra, em Portugal, que visa primar por cirurgias de tumores cerebrais com mais qualidade.
“A parceria está a ser benéfica. Temos recebido especialistas em neurocirurgia que transmitem conhecimentos aos peritos da unidade hospitalar, apesar de termos falta de alguns equipamentos para a efectividade do tipo de operações a nível local, como o neuronavegador (material usado para operar tumores no cérebro)”, disse.
Novos serviços
O Hospital Central do Lubango está a introduzir novos serviços de especialidade, com vista a reduzir a grande dependência da capital do país no tratamento de determinadas doenças, anunciou, ontem, a directora da unidade hospitalar.
Para tal, disse, o Governo fez um investimento que engloba a construção de novas áreas de atendimento clínico, com realce para uma unidade de internamento de doentes com Acidentes Vasculares Cerebrais em fase aguda, assim como um serviço de neurocirurgia e uma unidade específica de consultas para pacientes com diabetes.
Algumas das melhorias, assegurou, vão ser implementadas esta semana, com a entrada em funcionamento do bloco operatório pediátrico, equipado para pequenas cirurgias. “Temos uma lista de espera de crianças muito elevada, a maioria com problemas de anginas”.
Fonte: JA