Angola vai ganhar, nos próximos tempos, um laboratório de nível quatro para a realização de exames de alta complexidade científica e que exijam investigações muito mais profundas, anunciou, sábado, em Luanda, a ministra da Saúde.
Sílvia Lutucuta, que discursava no acto de encerramento do 32.º Conselho Consultivo do Ministério da Saúde, disse que, devido à falta de um laboratório de nível quatro, muitas amostras têm de ser envaidas ao exterior do país, devido aos estudos complexos que têm de ser feitos para a obtenção dos resultados.
Alguns resultados destes exames, disse, tendem a demoram um pouco, atrasando assim o princípio da terapêutica, que devia ser administrada mais cedo, para se combater a doença de forma eficaz.
Apesar da falta de um laboratório do nível quatro, a governante garantiu que o Instituto Nacional de Investigação em Saúde (INIS) é de confiança e precisa de ser mais valorizada pela população.
Segundo Sílvia Lutucuta, nos últimos anos, o laboratório do INIS evoluiu muito, tanto a nível tecnológico, como de competências dos seus técnicos. “Hoje, a instituição já tem quadros diferenciados que ajudam a diagnosticar quase todas as doenças e em tempo útil”, garantiu.
A para dos investimentos feitos a nível dos laboratórios, a ministra da Saúde informou, também, que o Governo já investiu cerca de 11.2 milhões de dólares na aquisição de vacinas que fazem parte do calendário nacional de vacinação e, estas, já estão a ser distribuídas nas 18 províncias do país.
Sílvia Lutucuta admitiu, entretanto, que existe uma “grande preocupação” com a vacina contra a raiva, cuja aquisição carece de mais recursos financeiros, por ser muito cara. Daí que, informou, se tem trabalhado com o Ministério da Agricultura que já garantiu ter conseguido algumas vacinas para imunizar as possíveis vítimas de mordeduras de animais com raiva.
Este departamento do Executivo, segundo, ainda, a ministra da Saúde, está a realizar campanhas de vacinação em animais que vivem nas zonas de risco. Sílvia Lutucuta alertou que a raiva é uma doença com alta taxa de mortalidade, razão pela qual defendeu que todos os esforços sejam feitos para evitar que os animais transmitam a doença aos humanos.
Outro tema que continua a ser de “extrema preocupação” para o Ministério da Saúde é a malária, pelo facto de ser a principal causa de morbilidade e mortalidade no seio da população. “Por isso, estamos a trabalhar numa abrangência multissectorial para o controlo das grandes endemias”, disse a ministra.
Encontro superou as expectativas
Luanda acolheu, durante três dias, o Conselho Consultivo do Ministério da Saúde. Ontem, na hora do balanço, a ministra Sílvia Lutucuta afirmou que o evento “superou todas as expectativas”, pelas apresentações feitas e contribuições estruturadas dos vários profissionais, com vista à melhoria do Sistema Nacional de Saúde.
Segundo a ministra, as discussões e resoluções tomadas na actividade são um testemunho claro da dedicação colectiva dos trabalhadores do sector que, cada vez mais, estão comprometidos com a missão de salvar vidas.
“Temos certeza de que investir no capital humano é o alicerce para um Sistema de Saúde robusto e resiliente, e reconhecemos também que a formação contínua e a valorização dos profissionais do sector são fundamentais para assegurar os cuidados de saúde humanizados e de excelência”, assegurou.
No 32.º Conselho Consultivo do Ministério da Saúde, decorrido sob o lema “Investir no capital humano para prestar cuidados de saúde humanizados e de qualidade”, estiveram presentes gestores de todas as unidades sanitárias do país, administradores municipais, representantes das agências parceiras e financiadoras do sector.
Fonte: JA