Plano de contingência vai subvencionar medicamentos

Angola vai ter, dentro de alguns dias, um plano de contingência que inclui a subvenção de medicamentos para o tratamento de patologias como a hipertensão, diabetes e outras, que têm altos custos no bolso do cidadão, anunciou, ontem, em Luanda, a ministra da Saúde.

Sílvia Lutucuta fez o anúncio na sessão de abertura do 32.º Conselho Consultivo do sector, que decorre sobre o lema “Investir no capital humano para prestar cuidados de saúde humanizados e de qualidade”.

O plano, referiu, está em fase conclusiva e dentro de mais alguns dias vai ser apresentado às instituições de direito para a devida aprovação. Mas antes, sublinhou, o documento será apresentado à sociedade para auscultação pública, por se tratar de um plano multissectorial, onde todos os sectores são chamados a contribui para a melhoria da assistência, diagnóstico, prevenção e controlo dos factores de risco das doenças crónicas não transmissíveis.

A titular da pasta da Saúde frisou que, além da subvenção de medicamentos, há, também, a problemática do controlo dos preços a nível da cadeia de comercialização dos fármacos. “E para resolver esta situação, estamos a trabalhar com o Ministério da Finanças para passar os medicamentos de preço livres para preços controlados, de modo a beneficiar as pessoas portadoras de doenças crónicas não transmissíveis”, anunciou.

Administração da vacina HPV

A ministra da Saúde anunciou, para Outubro, a realização, em todo o país, de uma campanha de vacinação contra o papiloma vírus humano (HPV, na sigla em inglês), que previne o cancro do colo uterino.

Sílvia Lutucuta esclareceu que a acção, a ser levada a cabo em colaboração com o Ministério da Educação, tem como público alvo crianças e adolescentes dos nove aos 12 anos.

De acordo com a ministra da Saúde, no país, o cancro do colo uterino ocupa a segunda posição a nível dos cancros mais comuns e que mais matam no seio da população.

Ao referir-se no Conselho Consultivo, que encerra amanhã, a governante informou que no encontro estão a ser discutidos os desafios do sector, centrados no desenvolvimento do capital humano, governação, financiamento à saúde e humanização de cuidados de saúde para todos.

Mas para que todos esses projectos sejam materializados, a ministra sublinhou que vai ser preciso empreender mais esforços, pois vive-se num momento marcado por uma crise económica global e esta “realidade difícil” tem um impacto profundo sobre a saúde pública do país, porque o Serviço Nacional de Saúde é sustentado pelo Orçamento Geral do Estado.

Apesar dos tempos difíceis, Sílvia Lutucuta destacou o facto de terem sido observadas “várias realizações”, como o aumento do acesso e utilização dos serviços de saúde, quer sejam primárias quer de alta complexidade, aumento das unidades de saúde e da força de trabalho.

  Melhorias no sector da Saúde

A ministra Sílvia Lutucuta destacou, igualmente, o facto de o Ministério da Saúde ter realizado “os três maiores concursos públicos da história do sector”, com a admissão de 41.093 novos profissionais na carreira especial e no regime geral, representando um incremento na ordem dos 40,5 por cento da força de trabalho.

Ao nível das infra-estruturas sanitárias, lembrou que, em 2017, o país contava com 2.612 unidades sanitárias, passando, em 2023, para 3.341, entre as quais unidades de nível de assistência primária, secundária e terciária.

Ainda em 2023, salientou, houve a implementação do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), que contemplou, até agora, 387 projectos para o sector da Saúde. Segundo Sílvia Lutucuta, estes projectos permitiram o aumento de 41.897 camas hospitalares, resultando na melhoria dos indicadores de saúde, como a redução da taxa de mortalidade em crianças menores de cinco anos, para 69,4/1000 nascidos vivos e a redução da taxa de mortalidade materna para 222 por 100 mil nascimentos.

No que toca ao acesso aos cuidados primários de saúde, a ministra da Saude frisou que o mesmo passou de 25 para 75 por cento, o que resultou no aumento da esperança de vida para 62 anos. Outro ganho, acrescentou, é a redução do envio pela junta médica de pacientes para o exterior do país em busca de tratamento.

 

Fonte: JA

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