Infectologista defende assistência psicológica para profissionais de saúde

Huambo – O médico infectologista Joaquim Isaac defendeu, esta quinta-feira, a necessidade da assistência psicológica permanente aos profissionais de saúde em todo país, tendo em conta o número elevado de pacientes que atendem diariamente.

O médico especialista falava à ANGOP, depois de abordar o tema “Desafios e estratégias na gestão de equipas de saúde”,  durante as XII Jornadas Científicas-Estudantis da Faculdade de Medicina da Universidade José Eduardo dos Santos (UJES) que decorre até sexta-feira.

De acordo com Joaquim Isaac, os profissionais de saúde no país precisam, também, de assistência médica, principalmente, a psicológica, pelo facto de o número de pacientes que atendem ser muito superior à demanda recomendada, o que por si só, leva a um desgaste físico e emocional.

O infectologista angolano apontou que, normalmente, os primeiros pacientes são sempre bem atendidos, porém os últimos, por conta do desgaste físico e emocional, já nem tanto assim, o que se reverte, em negligência médica.

Deste modo, acrescentou, deve-se trabalhar no quesito da proporcionalidade profissional/pacientes atendido.

Advertiu que a saúde não é só a assistência clínica , mas, também, a gestão das equipas e das pessoas, que são as mais complexas, sendo importante mostrar quais as estratégias mais viáveis para o efeito.

Por sua vez, o Ginecologista e Obstetrícia Fernando Mango, ao abordar o tema “Equipa inter e multidisciplinar na perspectiva do médico” , disse ser importante congregar profissionais de diversas áreas numa equipa de trabalho, para a melhor gestão e tratamento dos doentes.

Aconselhou aos chefes das equipas hospitalares a terem sempre em atenção aos casos de emergência hospitalar, distribuindo melhor as tarefas de acordo com as especialidades, desde cirurgia, fisioterapia, psicólogo, nutricionista, para celeridade no atendimento dos doentes.

A enfermeira e docente universitária Rosane Lucas, durante o tema ““Equipa inter e multidisciplinar na perspectiva da enfermagem”, referiu ser importante não olhar para os enfermeiros como profissionais que prestam cuidados simples aos doentes, a exemplo de administrar medicamentos e aferir os sinais vitais.

Frisou que os enfermeiros trabalham em diversas áreas de cuidados abrangentes e de impactos na sociedade, como os cuidados primários aos cidadãos, educação e saúde familiar e a prevenção de doenças negligenciadas, que se não forem alertadas a tempo, podem gerar situações gravosas e complexas nos hospitais.

Com término previsto para sexta-feira, participam das XII Jornadas Científicas-Estudantis médicos especialistas, enfermeiros, analistas clínicos, estudantes de Medicina, de Enfermagem Geral e de Análises Clínicas, assim como profissionais de diversas unidades sanitárias locais.

Sob o lema “O trabalho multi e interdisciplinar como fundamento para a melhoria da saúde em Angola”, estão em debate “Os desafios e a estratégia na gestão de equipas de saúde”, “As equipas inter e multidisciplinar na perspectiva do analista clínico, do médico e da enfermagem” e o “Impacto da dor crónica na qualidade de vida do indivíduo”.

 

Fonte: Angop

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