Quando crescem e alcançam fama muitos artistas fazem o que ninguém espera deles

A música gospel angolana tem estado a evoluir e cada vez mais há espaço para novos talentos, incluindo crianças. 2013, é apontado como o marco da “grande explosão” da música, antes, considerada da Igreja. Para analisar o actual momento, o portal Arautos da Fé conversou com o coordenador do Praisearte – espaço que promove as artes evangélicas todos os domingos a partir das 18 horas, com transmissão radiofónica a partir das 19 horas na rádio Kairós. 

Francisco Gonçalves, coordenador do Praiseart.
Francisco Gonçalves, coordenador do Praiseart.

“Hoje já conseguimos descobrir variadas pessoas muito boas e que estavam escondidas”, disse Francisco Gonçalves “Charro” e destacou que elas evoluem a cada dia que passa, “à semelhança do Praiseart”, o palco em que “quase a maior parte” dessas pessoas anónimas passa.
“Estou a falar-vos de vozes como Egan, Indira e Jandira, Bênção, pessoas humildes e que cantam muito. Até crianças, por exemplo o menino Dilson – uma criança promessa – o Nelson Honório, miúdos que apareceram aqui e hoje são uma grande explosão”, enalteceu o coordenador, que afirmou ainda, que o Praiseart hoje, é “sem sombra de dúvidas” uma “grande” escola para os artistas gospel.
Nos últimos anos, revelou, “a cada compacto de 22 edições”, o espaço levou um professor de música para algumas correcções aos artistas. “Essas pessoas, depois dessas aulas de correcções, aparecem aqui com coisas maravilhosas. Então, nada melhor, dizermos mesmo que o Praiseart hoje é uma grande escola para aqueles, que naturalmente, desenvolvem o talento na vertente musical gospel.”

Faltam mentores para os músicos em ascensão

Quando começam a crescer e a ter fama, muitos músicos gospel, acabam fazendo o que ninguém deles espera. Esse, “é um dos maiores problemas” que no “mundo gospel” enfrenta, de acordo com Charro, que referiu também, que poucas pessoas se disponibilizam para serem gestores ou produtores dos músicos.”
“Na verdade, o que temos de fazer é desenvolver o lado da produção, o lado do manager, para que esses miúdos sejam bem encaminhados. Infelizmente temos crentes com essas possibilidades, mas não aparecem, não dão a cara, não apostam.  Acho que agora é o momento certo de apostarmos e começarmos a organizar os nossos manos, bons cantores, bons instrumentistas, para termos então a arte evangélica organizada.
Outro problema, apontou, são as barreiras denominacionais. “Vê-se claramente que os músicos andam à sua sorte, mesmo com grandes possibilidades, não conseguem se unir a outros.”  
Aos pastores, embora reconheceu o esforço de uns, pediu que apoiem mais os músicos porque por via da música o Evangelho pode chegar mais longe. 
“Passam muitos pastores por aqui (no Praiseart), já começam um bocadinho, a apoiar os músicos dentro da igreja. Sabe-se que a liturgia nas igrejas é muito séria e às vezes, há determinados estilos que não combinam.” Precisam perceber e obedecer instrução pastoral, recomendou aos músicos. 
Às grandes referências da música gospel angolana, Francisco Gonçalves, exortou a serem humildes e a pautarem pelo espírito de unidade. 

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