George Pell: o cardeal que fazia "guerra ao sexo" enquanto abusava de crianças

O tesoureiro do Vaticano foi suspenso pelo Papa Francisco e impedido de “estar em contacto, de qualquer maneira, com menores”. Ao longo de 30 anos, foram várias as posições conservadoras que tomou.

O cardeal Pell numa missa para assinalar o Dia Mundial da Juventude, em 2008, em Sidney, Austrália DANIEL MUNOZ,REUTERS
O cardeal Pell numa missa para assinalar o Dia Mundial da Juventude, em 2008, em Sidney, Austrália DANIEL MUNOZ/REUTERS

É o número três do Vaticano e tornou-se, na noite desta segunda-feira, no clérigo católico mais importante do mundo a ser condenado por crimes sexuais contra menores. George Pell, tesoureiro do Vaticano e ex-conselheiro do Papa Francisco, foi considerado culpado de cinco crimes sexuais contra crianças, cometidos há mais de 20 anos, na Catedral de São Patrício, em Melbourne – numa altura em que os dois rapazes faziam parte do coro da igreja e tinham cerca de 13 anos de idade.
O clérigo negou sempre todas as acusações. Neste momento, o cardeal está suspenso pelo Papa Francisco e impedido de “estar em contacto, de qualquer maneira, com menores”. 
Apesar dos crimes que cometeu, o cardeal apresentou, ao longo dos anos, uma postura conservadora e inflexível em questões relacionadas com o sexo – como a homossexualidade e a contracepção, opondo-se-lhes completamente. Num artigo de opinião, o jornalista David Marr, do Guardian Australia, chamou-lhe “brutal” e “dogmático”: “George Pell fez uma guerra ao sexo – mesmo quando abusava de crianças”.
Também se apresentava contra a ordenação de mulheres para o sacerdócio, era contra o divórcio e o aborto – que classificou, em 2002, como “um escândalo moral maior” do que os abusos a jovens. São estas as frases que o colocaram sob os holofotes mediáticos nos últimos 30 anos.
Fonte: Público

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